domingo, abril 20, 2008

NOTAS OBSERVATÓRIAS

I - O que é o deboche? É avacalhar com a cara dos outros. É disparar uma piada sem-graça atrás da outra sobre a tragédia alheia. É ser muito cruel com aqueles que passam por momentos de grande dificuldade. Em entrevista a Deny Cabral, repórter aqui da Mirante, nosso alcaide entendeu que merecia um lamentável chiste a situação de pessoas que enfrentaram situações dramáticas em conseqüência das fortes chuvas - tanto em São Luís quanto no interior do estado.
II - “Vou ver se acho o fax de São Pedro para ligar para ele, para ver se ele diminui um pouco as chuvas”, disse o prefeito. A outra pérola é ainda melhor. Ou pior, na ótica de quem sofreu muito durante os temporais: “Então, se nós pudéssemos abrir um guarda-chuva em cima de São Luís, eu já tinha aberto”. Tadeu Palácio deveria perder menos tempo com seu equivocado senso de humor e mais trabalhando para amenizar (no mínimo) os problemas que nossa capital sempre enfrentou (e sempre saiu derrotada) na época de mau tempo.
III – Agora, do micro para o macrocosmo. O Maranhão tem aparecido muito na mídia nacional, ultimamente. Começou com aquele gol de placa marcado pelos que regem a educação no município de Alto Alegre. Infelizmente, parou por aí. Caxias retornou ao olho do furacão dos escândalos. No interior, os temporais simplesmente destruíram trechos de rodovias. Em São Luís, as chuvas tornaram o trânsito mais caótico do que sempre foi e ameaçam o conjunto arquitetônico que contribuíram para que nossa cidade quase quatrocentona conquistasse o título de Patrimônio da Humanidade. A calamidade é mais do que pública – é terrível.
IV - E vejam vocês que Upaon-Açu, apesar dos pesares, ainda contou com uma gigantesca dose de sorte. Imaginem se a população daqui imitasse a do Rio de Janeiro e fosse massacrada por uma epidemia de dengue. Se bem que a cidade é uma das que correm esse risco. Tenho certeza de que Tadeu Palácio pensaria três vezes antes de fazer graça.
V – Hoje em dia, sou leitor de Fernando Henrique Cardoso. “A arte da política – A história que vivi” é o título da longa análise que o ex-presidente faz dos bastidores de sua primeira campanha rumo à Presidência da República, de suas duas gestões como ocupante do principal gabinete do Palácio do Planalto e da política conforme por ele é tida e havida. É mesmo longa: tem 700 páginas. E venho sendo criticado por esses dois aspectos. Alguns dizem que não tenho nada melhor para fazer além de querer dar conta dessa “maratona política” em forma de texto. E outros não perdem a chance de me perguntar como não sou capaz de vomitar ao ler tantas “mentiras”.
VI – A exemplo de José Sarney, Fernando Collor e Itamar Franco, Fernando Henrique é um ex-presidente da República. Como tal, deve ser julgado menos por aqueles que foram seus contemporâneos do que pela História. O autor mesmo adverte: “(...) tenho dificuldade para compor um painel do Brasil de hoje e compará-lo com o de ontem. Não é tarefa simples mostrar que existe um Brasil radicalmente diferente do passado e, conseqüentemente, avaliar minha própria ação. Consolo-me de minha insuficiência intelectual para a tarefa proposta, dizendo que talvez não consiga esboçar um painel convincente das grandes transformações. Ao dizer isto, porém, lanço uma condenação sumária a meu próprio esforço e ao de muitos contemporâneos: se eu duvidar da magnitude das mudanças, que dirão os outros?”. Pelo menos, é um traço de honestidade.
Muitos filisteus não podem dizer o mesmo.

sábado, abril 19, 2008

A POLÍTICA, SEGUNDO PINDORAMA

O colunista Elio Gaspari prefere utilizar a designação pré-cabralina “Pindorama” (em tupi-guarani pindó-rama ou pindó-retama, que significa “terra das palmeiras”) quando se refere a este nosso Brasil varonil, terra de encantos e também de desencantos mil.
Não acredito que exista alguma crítica embutida nesta preferência, como há no per-sonagem Eremildo – o idiota. O uso de “Pindorama” não é mais que mero recurso intelec-tual. Gaspari pode ser considerado um “livre-pensador”. E um assunto sobre o qual ele mui-to se debruça é a política brasileira que não aparece no noticiário. Eu, particularmente, con-sidero o deboche por excelência o jornalista transformar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no “Nosso Guia”.
“Sendo melhor que as coisas fiquem como estão, segue-se naturalmente que, na sociedade civil, melhor seria também que os mesmos homens ficassem sempre no poder se isso fosse possível. Mas, como a perpetuidade no poder é incompatível com a igualdade natural, e além disso sendo justo que todos dele participem, já considerado como um bem, já como um mal, deve-se imitar essa faculdade de alternar no poder que os homens iguais se concedem uns aos outros, do mesmo modo por que antes o recebem”. Trecho destacado d’A Política, de Aristóteles – tudo a ver com um dos principais motes (o outro é o combate à corrupção, como de costume) das eleições deste ano, as quais se darão no âmbito dos mu-nicípios.
Em muitas cidades – as capitais, principalmente -, o líder do Executivo trabalha no sentido de entregar a Prefeitura a um “aliado”. Este termo vai entre aspas em virtude do jogo, às vezes desleal, das famosas articulações entre partidos coligados. Ao mesmo tempo, segundo Fernando Henrique Cardoso (não interessa agora se foi ou não um “bom” presi-dente), “é preciso explicar e convencer a opinião pública sobre a justeza de cada decisão, em uma busca incessante de consentimento genérico, de legitimidade difusa, em um processo de interação entre os poderosos e a população. Deixou de ser suficiente ter obtido dezenas de milhões de votos em uma eleição. No dia seguinte, o eleito recomeça quase do zero. E o instrumento para obter a aprovação democrática é a palavra, sempre ao lado da imagem”.
São Luís é um ótimo exemplo de município bastante afetado pela proposição de acordos, conchavos, clientelismo e fisiologismo. O PDT, liderado por Tadeu Palácio, ainda não tem estabelecido o candidato ao principal gabinete do La Ravardière. De todos os inte-ressados à vaga, quem mais se destaca é Canindé Barros. Por outro lado, duvido muito que o secretário seja o preferido pelos demais “próceres” da tal “Frente de Libertação”. Por falar nisso, está aí um modelo perfeito e acabado da única certeza por assim dizer sólida, em matéria de política nacional: o “companheiro” de hoje pode muito bem ser o adversário de amanhã. Ou vice-versa, como o senador Epitácio Cafeteira. A declaração do ex-governador a respeito de sua relação, hoje amistosa, com o também senador José Sarney mostra que a honestidade, ao contrário do que imagina a opinião publica, também é cultivada entre aqueles em quem obrigatoriamente votamos.
O que ocorre aqui na capital pode tranqüilamente ser aplicado às demais regiões da nossa Pindorama. Elio Gaspari bem que poderia observar mais detidamente a situação polí-tica ludovicense. Tenho certeza de que Eremildo deixaria de ser um completo idiota em dois tempos.

segunda-feira, abril 14, 2008

Os sonhos não envelhecem

Chico Alencar,
deputado federal (PSOL-RJ)


Aqueles finais dos anos 60 foram um encontro de águas revoltas: a crise do capitalismo, com sua face espoliativa de egoísmo industrializado, e a crise do socialismo real, com sua carranca autoritária, burocrática, de estranha justiça imposta a ferro e fogo.

Parte de nossa geração – se fosse toda ela, conseguiríamos, de fato, a revolução, "enforcando o último capitalista com as tripas do último stalinista" – viveu os seus 10 anos que abalaram o mundo. E cada um chegou às barricadas com seu singular caminho.

O meu foi curioso: católico fervoroso, educado na rigidez dos irmãos maristas, fui da nave às sacristias, e dali aos salões paroquiais, onde janelas afinal abertas deixavam entrar os ventos do Concílio Ecumênico Vaticano II, sob as bençãos do humaníssimo João XXIII.

Ali descobri, apoiado por dominicanos e franciscanos, que Deus não era um enérgico supremo juiz, tomador de conta, a registrar num livro-caixa nossos débitos e haveres... Aprendi, para a vida inteira, que quem ama conhece a Deus, nessa ordem mesmo: é por amor ao próximo que Deus se nos revela. Dali para a leitura da realidade com o instrumental marxista, a ser sempre atualizado, e a Teologia de Libertação, o caminho não foi longo. Ao contrário: além de rápido, foi prazeroso, prenhe de sentido de vida.

A conjuntura nacional – de opressão militar, censura, perseguição, prisão, tortura, exílio e morte – nos forjou como resistentes. Dolorosamente. "Amigos presos, sumidos assim pra nunca mais".

Tudo o que lemos – de Emmanuel Mounier a Gustavo Gutierrez, de Lênin a Caio Prado, de Graciliano Ramos a Drummond – e cantamos – de Chico Buarque a Geraldo Vandré, Ray Charles e Beatles – e proclamamos – da saga de Ganghi e Luther King à de Che Guevara – foi posto à prova. Alguns, mais frágeis (ou sensíveis), refugiaram-se no silêncio, na vida cotidiana de aceitação do imposto, na "normose".

Outros, fortes e determinados, prosseguiram no enfrentamento, em meio a terrores e teimosa esperança. Nossa ideologia, sempre alimentada pela operação intelectual da leitura e dos debates a portas fechadas, corroeu os metais da ditadura. Ela deu suporte teórico e militância prática à eclosão de diversos movimentos sociais – de operários, camponeses, donas-de-casa, de vizinhos associados – que já não eram contidos pelos opressores. Hoje podemos dizer que deixamos este legado maior, do fim do autoritarismo, da abertura das avenidas por onde uma nova sociedade, possível e necessária, pode ser construída. Evoé, jovens à vista!

Mas, se soubemos minar a ditadura, não temos sabido democratizar substantivamente o Brasil, com avanços seguros na redução da desigualdade, da transparência nos assuntos públicos, da negação do poder dissolvente do dinheiro, do controle social dos meios de comunicação de massa, do combate à egolatria do "compro, logo existo", das políticas universais que cheguem como fruição de direitos inalienáveis das massas empobrecidas.

Perdemos a disputa de idéias na sociedade, e o pensamento único hegemoniza corações e mentes. Não temos sabido mostrar que a política não é, necessariamente, o espaço da esperteza, das incoerências, do praticado negando o discursado, jogo pré-estabelecido entre quase iguais, torneio nada olímpico dos "telhados de vidros", onde ética e virtude são incompatíveis com as necessidades eleitorais. Livres do obscurantismo totalitário, estamos presos às formas convencionais que fazem da nossa pátria o país do PIB claudicante e do PID – Produto Interno do Desencanto – galopante.

Às vezes tudo isso me chega como o grande fracasso da nossa geração, aquela que desatou os nós do regime de 64. E, lágrima não impedindo ver a estrela cadente, enxugamos o rosto para esperar, ainda uma vez, o nascer do sol, entre as densas brumas da manhã.

quinta-feira, abril 10, 2008

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

MORAES, Vinícius de. ANTOLOGIA POÉTICA.

quarta-feira, abril 09, 2008

Governo pode ampliar obrigatoriedade do serviço militar

Jeferson Ribeiro
Direto de Brasília

Os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e dos Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, anunciaram hoje as linhas gerais do Plano Nacional de Defesa, que pretende modificar o funcionamento das Forças Armadas no País e dar novas funções aos militares. O plano prevê ainda a redefinição das estratégias de defesa da nação e das fronteiras. Entre as medidas propostas está a ampliação da obrigatoriedade do serviço militar, que pode até mesmo incluir a prestação de serviços sociais.

A avaliação dos ministros é que o serviço militar hoje é bastante procurado, principalmente pelas famílias de baixa renda porque há pagamento do soldo (atualmente de R$ 207,00) e porque os jovens ficam mais disciplinados. Porém, os jovens de classe média e alta conseguem evitar o período dentro do quartel facilmente. Ou seja, a obrigatoriedade de prestação do serviço militar não é observada. "Na prática, só se alista e serve quem quer", disse Jobim.

terça-feira, abril 08, 2008

CHELSEA DETONA TIME DE ZICO


Reino Unido - 18h47 - Jogadores do Chelsea comemoram gol contra o Fenerbahce, em Londres. Com a vitória por 2 x 0, a equipe inglesa avança às semifinais da Copa dos Campeões da Europa.

segunda-feira, abril 07, 2008

Ex-assistente de Xuxa estrela pornô


A atriz Grazi Fantini, que intregrou o elenco do programa global Planeta Xuxa, estrela a produção pornô A Ninfomaníaca e o Pitboy.
Em entrevista a um programa da Rede TV!, Grazi, que aparece no filme com uma roupa que faz alusão ao uniforme das Paquitas, afirma que é ninfomaníaca e jamais consegue ficar satisfeita com a quantidade de sexo que pratica.
No filme, a atriz contracena com Marcelo Mathias, ex-integrante da terceira edição do reality show Casa dos Artistas, exibido pelo SBT e que atualmente faz participações no quadro Bofe de Elite, exibido pelo programa Show do Tom, da Record.

domingo, abril 06, 2008

Com reservas, Fla cede empate

Mesmo atuando sem os seus titulares, o Flamengo perdeu a oportunidade de bater o rival Vasco na tarde de hoje, ao ceder o empate por 2 a 2 no Estádio do Maracanã, já nos instantes finais. O resultado também fez com que o time da Gávea fosse ultrapassado pelo Fluminense na ponta do Grupo 1, terminando na segunda colocação.


sábado, abril 05, 2008

KUBICA SURPREENDE


Depois de liderar a grande maioria dos treinos livres para o Grande Prêmio do Bahrein, o piloto da Ferrari Felipe Massa deixou escapar a pole position hoje e larga em segundo na corrida que será realizada neste domingo. O polonês Robert Kubica, da BMW, superou o brasileiro em sua última volta rápida.
Com a marca de 1min33s096 na superpole, Kubica ficou cerca de 20 milésimos à frente de Massa e conquistou a primeira pole da sua equipe na categoria. O polonês, que conseguiu o segundo lugar no GP da Malásia, parte agora em busca de sua primeira vitória.

quarta-feira, abril 02, 2008

Cibele Dorsa


A modelo Cibele Dorsa, 33 anos, é capa de abril da revista Playboy e aparece em fotos inspiradas nas anjinhas da grife Victoria's Secret. Em parte do ensaio fotográfico, ela usa somente um suporte simulando asas nas costas.

terça-feira, abril 01, 2008

BOTAFOGO ATRAÇÃO EM BACABAL


Previsão de público é de quatro mil pessoas para treino alvinegro no Correão
Carlos Monteiro
ENVIADO ESPECIAL
A BACABAL (MA)
No treino de reconhecimento do estádio Correão, em Bacabal (MA), o Botafogo atraiu um grande público. Em clima de festa, cerca de mil torcedores estavam no local antes mesmo do início das atividades. A previsão era de que quatro mil pessoas comparecessem. O Botafogo é a grande atração da cidade, tanto que foi feita uma carreata, com quase cem carros, até o estádio.
Curiosamente, o campo do Correão, que tem dimensões reduzidas (90m x 60m), ainda está sem marcação alguma, o que deve ser resolvido até esta quarta-feira, quando o Botafogo enfrenta o River-PI, na partida de ida da segunda fase da Copa do Brasil.