terça-feira, setembro 29, 2009

Blatter é contra a paradinha nos pênaltis

Presidente da Fifa acha que jogadores devem levar amarelo

Nelson Ayres
NO RIO DE JANEIRO

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, é contra a paradinha nas cobranças de pênalti. Em reunião do comitê executivo da entidade, Blatter deixou claro que, na sua opinião, os jogadores que fizerem a paradinha deveriam ser punidos com cartão.

- Essa é uma maneira de roubar, não é justo. O juiz deveria dar cartão amarelo, e na insistência, o vermelho - afirmou.

O presidente afirmou que sempre foi atacante e que a paradinha é pior do que a simulação de um pênalti.

Em outubro haverá uma reunião, na qual, entre outros assuntos, este será tratado.

No Brasil, a paradinha virou moda. Muitos cobradores, na hora de cobrar o pênalti, param e esperam o goleiro pular, para depois, com mais facilidade, marcar o gol.

Tsunami causado por terremoto provocou mortes na Oceania, dizem autoridades

Houve mortes em Samoa Americana e em Samoa.
Onda gigante seguiu-se a tremor de magnitude 8.

Do G1, com agências internacionais

O tsunami que se seguiu a um terremoto nesta terça-feira (29) na Oceania provocou mortes em Samoa e no território americano de Samoa Americana, segundo as autoridades.

O temor levou moradores das Ilhas Samoa a buscar lugares mais elevados para se proteger. Fontes policiais ouvidas pela imprensa local afirmam que pelo menos 40 pessoas teriam morrido, mas ainda não há dados oficiais.

De acordo com o Serviço Nacional de Parques dos EUA, ainda não há informação sobre o número de mortos em Samoa Americana -um pequeno território norte-americano localizado entre o Havaí e a Nova Zelândia e com população de cerca de 65 mil pessoas.

Holly Bundock, porta-voz da agência, disse que a informação foi confirmada por Mike Reynolds, superintendente do Parque Nacional de Samoa Americana. Samoa Americana é uma dependência dos Estados Unidos.

Reynolds disse a um operador da Yellowstone que quatro ondas do tsunami, entre 4,6 metros e 6 metros de altura, avançaram entre 0,8 quilômetro e 1,6 quilômetro em direção à ilha de Tutuila, onde localiza-se Pago Pago.

"O centro de visitantes do Parque Nacional de Samoa Americana e seus escritórios parecem ter sido destruídos completamente", disse Bundock.

Reynolds informou sobre mortes, mas não teve confirmação sobre números, disse ela. "Ele está completamente isolado do resto da ilha", afirmou.

segunda-feira, setembro 28, 2009

HQ reúne o Demolidor de Kevin Smith

Histórias com o herói cego da Marvel feitas pelo cineasta
destoam do tom ousado do diretor de "Dogma"

PEDRO CIRNE

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O cineasta Kevin Smith é conhecido por filmes com diálogos bem-humorados e que abordam temas tabus (como "Pagando Bem, que Mal Tem?", sobre filmes pornôs, e "Dogma", que tira onda da religião). Também se sabe que ele é um nerd fã de HQs, fixação visível em "Procura-se Amy", que trata de dois quadrinistas.

Há um pouco disso tudo em sua estreia como roteirista de HQs por uma editora grande, em 1999. "Demolidor - Diabo da Guarda" reúne as nove histórias que Smith escreveu quando esteve à frente do título mensal do Demolidor, herói da Marvel. O personagem é um prato cheio para abordar questões religiosas. Católico, o paradoxal Demolidor se veste como um demônio -todo de vermelho, com chifres e as letras "DD" estampadas em seu uniforme. Além disso, sua mãe converteu-se freira.

Esse contexto serve de premissa a "Diabo da Guarda": um bebê é deixado com Matt Murdock (a identidade secreta do Demolidor). Há duas histórias sobre a criança: uma, de que ela seria o "redentor", aquele que trará a paz ao mundo; outra, de que se trata do "anticristo", o profeta do apocalipse.

Ao mesmo tempo, coisas estranhas acontecem ao redor de Murdock: seu melhor amigo é preso, acusado de assassinato, e o grande amor da sua vida reaparece -mas ela contraiu Aids. Como ficam esses acontecimentos na mente de um super-herói que não é exatamente equilibrado -a ponto de se vestir como um demônio para fazer ações heroicas?

"Diabo da Guarda" destoa das obras cinematográficas de Kevin Smith. Há o humor, os diálogos engraçadinhos e algumas menções sensuais, mas distantes das ousadias de seus filmes. Também não há a rebeldia, aquela vontade de chocar ou de transgredir. Pelo contrário: há respeito.

De todas as facetas mais conhecidas de Kevin Smith, a que mais transparece em sua passagem pelo Demolidor é o lado nerd e fã. Mais do que respeitar a cronologia criada pelos autores que vieram antes dele, ele presta homenagens: a história parte do que Frank Miller estabeleceu para o personagem; há participações de personagens coadjuvantes criados por escritores anteriores; e até Stan Lee, criador do Demolidor, dá o ar de sua graça (assim como o próprio Kevin Smith).

Ao fim da leitura, "Diabo da Guarda" figura mais como uma bem contada história de super-heróis do que como uma obra irreverente e criativa da carreira de Kevin Smith.

DIABO DA GUARDA

Autores: Kevin Smith, Joe Quesada e Jimmy Palmiotti
Editora: Panini
Quanto: R$ 28,90 (200 págs.)

domingo, setembro 27, 2009

Escola é acusada de trocar professoras antigas por jovens com seios grandes

Segundo comissão, demissões mostram discriminação contra mais velhos.
Caso ocorreu em escola privada em Fort Lauderdale, no estado da Flórida.

Uma escola privada em Fort Lauderdale, no estado da Flórida (EUA), está sendo acusada de demitir as professoras mais velhas e substituí-las por mulheres jovens com seios grandes, segundo o jornal americano "Sun-Sentinel".

O reverendo William Brooks, de 58 anos, diretor da escola "St. Mark's", foi acusado pelas professoras demitidas Julie Calzone, de 58 anos, Cathleen Fischer, de 59, Carol A. McMahon, de 63, e Susan Woods, de 59, de discriminação etária.

A Comissão para a Igualdade de Oportunidades de Emprego Norte-Americana (EEOC) destacou que as decisões do diretor mostram uma discriminação contra os indivíduos mais velhos. Mas a escola argumentou que as demissões foram feitas com base no desempenho.

Além das quatro professoras que denunciaram o tratamento discriminatório, a EEOC está analisando os casos de outras 12 professoras que foram demitidas pela escola, mas que não apresentaram queixas, para ver se a idade pode ter sido um fator para as demissões.

quarta-feira, setembro 16, 2009

Robert Crumb fala sobre sua versão ilustrada do primeiro livro da Bíblia

RAQUEL COZER
da Folha de S.Paulo

Crumb descansou no quarto ano. Antes, criou Deus, o paraíso, Adão e Eva. E viu que Eva era boa. Ou melhor, avantajada. Após extensa pesquisa, o cartunista Robert Crumb, 66, lança em outubro aquela que é considerada a principal publicação em HQ no ano. "Gênesis", versão ilustrada do primeiro livro da Bíblia, respeitou "palavra por palavra" do texto original. O livro deve sair logo depois no Brasil, pela Conrad.

O autor de "Fritz the Cat" e "Mr. Natural", símbolo da contracultura nos anos 60, conversou com a Folha por telefone na sexta-feira, com a voz tranquila e a ironia que lhe são características. Falou sobre o novo trabalho e sobre não saber (quase) nada de francês após 18 anos vivendo na França --mora no sul do país com a mulher, a cartunista Aline Kominsky-Crumb--, deu opiniões como sempre ácidas sobre sua terra natal, defendeu teorias conspiratórias e comentou o uso de sua obra. Veja trechos a seguir.

Folha - Foi difícil definir como desenharia Deus?
Robert Crumb - Bem, tive esse sonho em que vi Deus, em 2000. Foi intenso e vívido, teve efeito profundo em mim. Mas não pude olhar por muito tempo. A forma como o desenhei lembra só vagamente como era no sonho. Também me baseei em imagens de Deus na cultura ocidental, o patriarca de barba branca e expressão severa.

Folha - O sr. iniciou o projeto em 2005. Por que demorou tanto?
Crumb - Foi o maior projeto que já fiz. Pesquisei muito, fui detalhista. Cada página me tomou dois ou três dias, e eram mais de 200 páginas. Mas fiz outros projetos nesses quatro anos, houve interrupções... Como as colaborações com a Aline para a revista "New Yorker".

Folha - O quanto conhecia do texto da Bíblia antes disso?
Crumb - Não sou estudioso da Bíblia, ainda não conheço bem o resto dela, mas de certo me tornei estudioso do Gênesis. Li de perto para ter certeza de que tinha feito os desenhos direito. Vi meu trabalho como o de um ilustrador, não o de alguém que estaria tirando sarro do texto. Queria, como dizer, revelar o texto tanto quanto possível.

Folha - O sr. não quis tirar sarro...
Crumb - Não, eu não quis.

Folha -...mas há uma ironia intrínseca ao fato de ilustrar esse texto, que é fazer pessoas pararem para pensar no que está escrito, não?
Crumb - Sim, é verdade... No sentido de fazer pessoas pararem para pensar, existe sim.

Folha - Por que decidiu fazer isso?
Crumb - Estava com uma ideia de ilustrar o paraíso, e um agente sugeriu que, se eu fizesse todo o Gênesis, ele arrumaria uma editora que me daria muito dinheiro para isso. Falei: "Veja o que consegue". Depois de alguns dias, ele voltou e disse: "Consegui uma editora que vai pagar muita grana". E respondi: "OK, eu faço isso".

Folha - Como avalia a história?
Crumb - É uma história poderosa. A coisa toda, antes de ser escrita, foi mantida pela voz do homem. Algumas das histórias, com isso, perderam todo o sentido. Como a de Abraão, sendo um tipo de cafetão da própria mulher para o faraó do Egito. Isso é estranho. Minha conclusão é que eu não usaria o Gênesis como um guia moral [risos].

Folha - E o personagem Deus...
Crumb- É duro, severo, patriarcal e tribal. Cuida de sua tribo, os hebreus, que pressionam os outros. Diz: "Essa terra será sua, podem pegá-la". E eles a tiram das pessoas que já estavam lá, os cananeus. Isso é uma coisa tribal. Naqueles tempos, cada tribo tinha seu "deus mais alto". Quando conquista outra tribo, impõe ao outro povo esse "deus mais alto". Era comum.

Folha - O sr., que sempre foi chamado de chauvinista, na introdução cita como o homem alterou o Gênesis até apagar o papel da mulher...
Crumb - Bem, não é a história da mulher. No começo da cultura suméria, havia um matriarcalismo lado a lado com o patriarcalismo. À medida que a sociedade cresceu, foram impostas forças militares, que colocaram no poder seus líderes, que viraram reis, que impuseram herdeiros. O matriarcalismo perdeu poder. De certa forma, isso sobrevive no Gênesis, se você olha com cuidado.

Folha - Já faz quase 20 anos que o sr. mudou para a França, certo?
Crumb - Faz 18 anos.

Folha - Fala algo em francês?
Crumb- Não falo nada em francês. Minha mulher fala. Não vou a cafés, fico em casa. Quero dizer, posso ir ao mercado livre e perguntar se há discos antigos: "Est-ce que vous avez des disques 78 tours?". Isso eu posso fazer. Mas não conversar.

Folha - Como é seu dia a dia? Imagino que não leia jornais...
Crumb - Não. Ouço discos antigos e leio muitos livros. Virei um leitor voraz. Leio livros de jornalismo investigativo, que expõem meandros do sistema financeiro, da corrupção...

Folha - E os desenhos em parceria com a Aline, como funcionam?
Crumb - Depende. Trabalho as ideias dela, passamos de um para o outro. Funciona bem. Aline é uma comediante judia nata.

Folha - O sr. acha que o traço dela melhorou ao longo dos anos?
Crumb- Não... [risos]. Não ficou melhor do que era. Os desenhos dela são crus, mas são engraçados. O que você vê é tão honesto, primitivo...

Folha - Faz oito anos que os EUA sofreram os ataques de 11 de Setembro. Acredita que o país mudou?
Crumb - É complicado. Foi a primeira vez que houve um ataque daquelas proporções nos EUA, supostamente de fora. Pessoalmente, acho que o governo americano estava envolvido. Muita coisa não foi contada. Aquilo não poderia ser feito sem a ajuda de alguém de dentro. Com todos os livros que li, sabendo o que sei sobre o mundo financeiro, militar... Não duvido de que tenham feito isso, ao custo de milhares de vidas.

Folha - Na internet há muita gente que pensa assim... E está mais otimista agora, com o Obama?Crumb- Espero o melhor, que ele consiga realizar algo. Eu o acho um cara decente, que quer fazer a coisa certa. Mas, sabe, há políticos, organizações, que estão fazendo de tudo para matar o cara. Não literalmente, mas matar o que ele tenta fazer, para fazê-lo parar. Mas ele é um cara limpo, eles não conseguem achar nenhum escândalo sexual, financeiro, nada.

Folha - Após "Fritz the Cat", ainda tentam fazer filmes de suas HQs?
Crumb - Por anos, de tempos em tempos, alguém pedia para tornar meus cartuns em filmes. Cheguei até a autorizar, mas sempre deu em nada. Agora querem usar minhas coisas na internet, em iPhones, porcarias assim. Há uma pressão para pôr minhas coisas nesses negócios eletrônicos. Tenho me sentido obrigado a lidar com isso...

Folha - Significa que veremos algo do sr. em celulares em breve?
Crumb - Estou negociando. Pode ser que fale: "Danem-se, não quero". É tudo experimental. Ver HQ no celular? Sei lá...

domingo, setembro 13, 2009

Barrichello lidera dobradinha da Brawn e ganha dois pontos de Button

Rubens Barrichello estoura champanhe após vitória no GP da Itália; brasileiro liderou a dobradinha da Brawn em Monza (REUTERS/Stefano Rellandini)


Do UOL Esporte
Em São Paulo

A Brawn GP conquistou na Itália a sua quarta dobradinha do ano, mas desta vez a ordem dos pilotos foi diferente. O brasileiro Rubens Barrichello chegou à sua segunda vitória na temporada, e diminuiu de 16 para 14 pontos a vantagem de Jenson Button na liderança do Mundial de Pilotos, faltando quatro provas para o final.

A estratégia dos carros da Brawn de fazer só uma parada deu certo e a dupla superou o pole position Lewis Hamilton, que perdeu a liderança em seu segundo pit stop e ainda rodou na última volta, quando vinha para chegar no pódio, e ficou só em 12º. Räikkönen e Sutil também foram duas vezes aos boxes e terminaram em terceiro e quarto, na ordem.

Assim, a Brawn disparou na classificação do Mundial de Pilotos, repetindo as dobradinhas da Austrália, Espanha e Monaco. Além disso, o vice-líder Barrichello abriu 12 pontos de vantagem sobre o terceiro colocado do Mundial, Sebastian Vettel, que ficou em oitavo.

Barrichello chegou à sua 11ª vitória na carreira e a terceira em Monza, superando Ayrton Senna em triunfos na pista italiana. O brasileiro tricampeão mundial tinha duas vitórias neste GP. Rubinho empatou com Nelson Piquet, que também já venceu três vezes no tradicional circuito.

quarta-feira, setembro 09, 2009

Livro brasileiro lista os 25 piores filmes de todos os tempos

Escritor Renzo Mora lança '25 filmes que podem arruinar a sua vida
Longas com Tom Hanks, Dustin Hoffman e outros integram a seleção

Carla Meneghini
Do G1, no Rio

O que faz de um filme bom? O que faz de um filme ruim? Pode um filme ser ruim e ainda assim ser divertido? Pensando nessas questões, o escritor paulistano Renzo Mora resolveu reunir em uma única lista os piores longas-metragens de todos os tempos, que sai esta semana no livro “25 filmes que podem arruinar a sua vida”, publicado de forma casada com a reedição de “Cinema falado”, em que relembra diálogos memoráveis da sétima arte.
“O gosto da massa e o dos críticos frequentemente diverge. Mas, fora isso, existem loucos como eu para aplaudir enternecidamente os filmes ruins, buscar o pior despudoradamente e vibrar com os erros, os diálogos primários, as péssimas atuações”, diz o autor.
Com seu livro, Mora afirma que quer derrubar o preconceito contra produções de baixo orçamento. “Filme ruim não é sinônimo de filme barato, eu quis mostrar que não é bem assim”, diz o autor, que cita “Fogueira das vaidades”, de Brian de Palma, como exemplo. “Ele pegou o livro de Tom Wolfe, um dos mais celebrados da década de 1980, um ator como Tom Hanks e ainda assim a receita desandou”, diz. “Já filmes como ‘A pequena loja de horrores’ têm baixo orçamento e muita criatividade; dinheiro não salva um filme com espírito de classe B”, completa.
Para o escritor, atualmente Hollywood enfrenta uma crise criativa, que motiva a proliferação de adaptações de quadrinhos, programas de TV e jogos. “Os antigos roteiristas de cinema cresceram lendo livros, os novos vendo TV e jogando videogames; isso não impede que surjam novos e grandes talentos, mas compromete o nível geral”, afirma.
Confira a seguir a lista dos “25 filmes que podem arruinar a sua vida”:
Tom Hanks e Melanie Griffith em 'Fogueira das vaidades'.
(Foto: Divulgação)

1. ‘A fogueira das vaidades’
(1990)
De Brian de Palma

Estrelado por Tom Hanks e Bruce Willis, essa adaptação da obra de Tom Wolfe conta a história de um milionário que é envolvido em um atropelamento e tem a vida destruída pela imprensa e pela Justiça. “Qualquer idiota pode fazer um filme ruim. Mas é preciso um gênio para pegar um dos livros mais interessantes dos anos 80 e um dos melhores atores de sua geração e fracassar retumbantemente”, diz o autor.
'Showgirls', de Paul Verhoeven. (Foto: Divulgação)

2. ‘Showgirls’
(1995) De Paul Verhoeven


Depois do sucesso de “Instinto selvagem”, o diretor arriscou esse filme, que definiu como um “drama musical não-intelectualizado”. A protagonista Elizabeth Berkley embarcou na produção na esperança de ser transformada na próxima Sharon Stone, mas, segundo o autor, o resultado é uma combinação de “performances risíveis, um roteiro estapafúrdio e coreografias que remetem ao clima dos cassinos de Las Vegas, garantia de breguice, tudo isso com um delicioso tempero de pornografia”.

3. ‘Sinceramente teu’
(1955) De Henry Blake

“Este é uma raridade, mas é obrigatório para quem gosta de filmes ruins”, afirma o autor do livro sobre esse longa-metragem, que conta a história de um pianista que começa a ficar surdo. Ele aprende a ler lábios e começa a tentar decifrar dramas de desconhecidos que ele observa de binóculos, do alto de sua cobertura. De acordo com escritor, o protagonista Liberace pode ser definido como “uma mistura de Rock Hudson e Miguel Falabella”.

Cena de 'Howard, o pato', de Willard Huyck. (Foto: Divulgação)

4. ‘Howard o pato’
(1986) De Willard Huyck
Inspirado em um personagem da Marvel, o filme mostra um pato que deixa seu planeta e chega à Terra, onde inicia um relacionamento com uma roqueira. “Com a benção de George Lucas, colocaram um anão dentro de uma patética fantasia de pato para uma das mais catastróficas empreitadas já capturadas por uma câmera”, conta o autor. O longa faz ainda uma homenagem ao Moonwalk de Michael Jackson, que na época era febre.

Bruce Willis em ‘Hudson Hawk – O falcão está à solta’. (Foto: Divulgação)

5. ‘Hudson Hawk – O falcão está à solta’
(1991) De Michael Lehmann

Bruce Willis vinha de um grande sucesso, “Duro de matar”, e decidiu apostar nessa comédia de ação, em que vive um criminoso recém saído da prisão. Ele quer deixar seu passado para trás, mas é pressionado a aplicar mais um golpe. Na aventura, ele acaba se envolvendo até com uma freira que faz massagens sensuais. “Você se dá conta de que não há mais tempo para o filme reagir e se odeia por ter permitido que duas valiosas horas da sua vida tenham sido negligentemente jogadas na lixeira”, diz o autor.

Dustin Hoffman e Warren Beatty em 'Ishtar'. (Foto: Divulgação)


6. ‘Ishtar’
(1987) De Elaine May

Dustin Hoffman e Warren Beatty estão no elenco dessa comédia, que só inspira risos de constrangimento. Os dois vivem uma dupla de cantores nada talentosos que sai em turnê pelo Marrocos. “Dois atores difíceis, fora da sua praia habitual, jogados no deserto, com um roteiro de segunda e uma total falta de espontaneidade”, define o escritor.

8. ‘Lambada, a dança proibida’ (1990) De Greydon Clark

No musical, a miss EUA 1985 Laura Herring interpreta uma princesa amazônica que luta pela preservação da floresta e vai a Los Angeles participar de um concurso de dança para chamar atenção da comunidade internacional para a causa. Na trama, ela é brasileira e não consegue parar de requebrar, mesmo depois de a lambada ser proibida no Brasil por ser “quente demais”.

Elizabeth Taylor em 'Cleópatra'. (Foto: Divulgação)

9. ‘Cleópatra’
(1963) De Joseph L. Mankiewicz

Essa superprodução, que quase levou a 20th Century Fox à falência na época, trouxe Elizabeth Taylor como a rainha egípcia que seduziu Marco Antônio e Júlio César. Segundo o autor, “com a grana gasta em cenários, roupas, adereços e locações seria possível comprar o Egito de verdade em vez de reconstruí-lo em estúdio” e o resultado é tão chato que “torna o suicídio da protagonista totalmente compreensível, afinal, os espectadores pensam em fazer a mesma coisa depois da terceira hora”.

Ben Affleck e Jennifer Lopez em 'Contato de risco'. (Foto: Divulgação)

10. ‘Contato de risco’
(2003) De Martin Brest



Ben Affleck vive um criminoso barato que arma o sequestro do irmão de um advogado que atua contra seu chefe. Jennifer Lopez surge na trama como a bandida lésbica Ricky, por quem o protagonista se apaixona. O diretor, que assinou sucessos como “Cheiro de mulher” e “Um tira da pesada”, fez uma colcha de retalhos com ideias já usadas em outros filmes, como “Rain man” e “Procura-se Amy”.


11. ‘Mulher gato’ (2004); 12. ‘Serpentes a bordo’ (2006); 13. ‘Batman e Robin’ (1997); 14. ‘Casseta & Planeta – A taça do mundo é nossa’ (2003); 15. ‘Cinderela baiana’ (1998) 16. ‘Jesus Cristo, caçador de vampiros’ (2001); 17. ‘Jesus Zumbi!’(2007); 18. ‘Manos, as mãos do destino’ (1966); 19. ‘Beto Rockefeller’ (1970); 20. ‘Glen ou Glenda’ (1953); 21. ‘Plano 9 do Espaço Sideral’ (1959); 22. ‘O cérebro que não queria morrer’ (1962); 23. ‘A reconquista’ (2000) 24. ‘Papai Noel conquista os marcianos’ (1964) 25. ‘Salve-se quem puder’ (2007).




























quinta-feira, setembro 03, 2009

Entrevista com Viola

DOIS TOQUES,

POR BRUNO BRAZ

Amigos,

Após diversas tentativas, enfim, consegui uma entrevista com um dos artilheiros mais polêmicos e irreverentes que o Brasil já teve. Falo de Viola. O atacante com passagens marcantes por Corinthians, Palmeiras, Vasco, Santos, entre outros.

Como não poderia deixar de ser, nesse bate-papo ele revela casos curiosos de sua carreira e demonstra que a língua continua afiada. Confiram:

BRUNO BRAZ: Poucos jogadores como você iniciaram uma carreira de forma tão brilhante, marcando um gol de título (na final do Campeonato Paulista de 88, entre Guarani e Corinthians). Como foi isso para você?

VIOLA: Essa história estava escrita e continua escrita até hoje. Foi uma coisa divina porque entrar num time daquele onde só tinha fera e fazer o gol do título não é para qualquer um. Não poderia ser outro para fazer aquele gol. Um pouco antes do jogo eu já tinha sonhado que faria o gol. Muitos falaram que foi gol de canela, mas esse gol de canela fez com que eu desse um título inédito. Sou feliz até hoje porque o início da minha carreira foi brilhante.

BRAZ: No Corinthians você atingiu seu auge. Como é sua identificação com o Timão?

VIOLA: A identificação é boa. Fui nascido e criado no Parque São Jorge. Sempre procurei honrar essas cores que eu vesti durante muitos anos. Sou um grande ídolo do Corinthians ainda.

BRAZ: Teve um caso em que você foi barrado na portaria do Corinthians e isso te deixou magoado. Você pode contar como foi isso?

VIOLA: Na verdade, o Corinthians é uma equipe do povo. Eu tenho uma história dentro do Corinthians. As pessoas que conduzem o Corinthians hoje em dia, tem que ter a humildade porque antes não eram nada. Antes estavam ali com a gente na camaradagem e hoje estão no poder. É aquela história: quando se dá poder ao homem errado, aí, sim, você fica sabendo como é esse homem. A história foi a seguinte: eu cheguei da Espanha para levar uns convites de uma festa para os seguranças e toda aquela rapaziada das internas e não pude entrar. Disseram que eu teria que falar com uma pessoa para ter a autorização e coisa e tal. Desde esse episódio até hoje não entrei mais no clube. Não conheço o Memorial, não sei o que foi feito depois.

BRAZ: Você também ficou marcado pelas comemorações exóticas. Você se considera o precursor nisso?

VIOLA: Eu fico feliz de ver hoje em dia alguns jogadores comemorando dessa forma, embora hoje eles estejam mais conservadores, pensando muito para falar, eles não querem ser, entre aspas, o chamado bad boy, estão muito comportados e muito deles não jogam nada. O próprio empresário os instrui dizendo que o comportamento correto vai fazer bem para ele ir para a Europa. Esse pensamento nunca foi nosso, dos jogadores mais antigos. Fico feliz de alguns fazerem as coreografias. Eu fiz essa escola. E quando eu lancei era uma novidade, era notícia não só no Brasil mas também no mundo.

BRAZ: Você acha então que o futebol hoje está muito sem graça? Sem muita polêmica?

VIOLA: Eu, particularmente, acho que o futebol caiu muito até em função disso. A gente criava a polêmica mas resolvia dentro da partida. Hoje você não vê isso. Nós faziamos apostas e depois acabávamos ajudando instituições. Hoje você vê um monte de bundão que não faz nada para ninguém. No nosso tempo nós fazíamos a provocação mas depois arrecadávamos 100, 200 cestas básicas.

BRAZ: E essa história de que a Seleção só foi tetra por sua causa? Você falou umas besteiras no ouvido do Roberto Baggio antes dele fazer a cobrança?

VIOLA: Brasileiro é tudo malandro. Além de ser paulista, eu tenho um estilo carioca, sempre fui irreverente, marrento, no bom sentido, gosto de uma praia, de um churrasco, e não levo desaforo para casa de ninguém. Naquele momento eu tinha que agitar, ali era um sonho meu. Eu já tinha acabado com a carreira do Baresi depois daqueles três comes que eu dei e que entortaram a coluna dele, depois veio o Baggio para fazer a cobrança com aquele cabelinho, aquele jeitinho...aí você viu, né? Tive que dar aquela desconcentrada. Muitos dizem que o tetra foi do Romário. O tetra não foi do Romário, foi do Viola e do Romário.

BRAZ: Você sempre fala dessa sua relação com o Rio e, aproveitando esse ocasião, te pergunto: como um bom carioca, você curte um bom samba? Cai no funk também? Ou curte mais um hip-hop? Você faz um estilão meio Racionais Mc's...

VIOLA: Eu gosto deles. Eu sou amigo dos caras, mas o que eu gosto mesmo é de um pancadão. O que eu gosto é do Rio de Janeiro. Falam mal do funk do Rio, mas o Rio é inteligência, é vida, é geração saúde. Muitos que falam mal têm inveja do Rio. Me considero um carioca.

BRAZ: Sua passagem pelo Vasco também foi muito marcante e a torcida se identificou muito contigo. Como foi essa sua relação com o Cruzmaltino?

VIOLA: Falar de Vasco eu até fico emocionado, foi um clube que eu passei a gostar. E isso não é de agora, quando joguei no Duque de Caxias e a torcida me aplaudiu em São Januário, foi desde quando eu cheguei no Rio e fui muito bem recebido, não só pelos vascaínos, mas por todo o povo carioca. Eu amo o Rio de Janeiro. Eu tenho uma identificação pelo Vasco muito grande, embora eu tenho algo a receber, mas eu nunca misturei as coisas. Uma hora esse dinheiro vai vir, mas são coisas separadas. Tenho um carinho enorme pela torcida e, aliás, vou até fazer uma proposta para o Dinamite: quer gol? Contrate o Viola.

BRAZ: Recentemente você se envolveu em uma polêmica com o seu técnico (Negreiros) do Santos no showball. Você se arrepende do que disse sobre ele?

VIOLA: De maneira alguma. O Viola nunca se arrepende do que fala e é sempre muito coerente. Aquele treinador é um burro, um baita de um idiota. Nunca jogou no Santos, era reserva do reserva. Ele é um babaca. Queria colocar o Viola no banco. Não sabe nada de futebol. Não teve o Viola numa final de competição e acabou perdendo o título para o Flamengo. Showbol não existe treinador. Aquilo ali é para você rever os amigos do futebol, dar espetáculo, e ele queria aparecer. Queria sair dali e treinar um Flamengo, um Corinthians, um Vasco, um Palmeiras, só que não tem capacidade nem de treinar a sua própria vida. Ele queria aparecer e dar show, só que o único gordinho que dá show é o Ronaldo.