segunda-feira, setembro 27, 2010

Morre no Rio humorista da "Escolinha do Professor Raimundo"

Da Redação

Morreu nesta segunda-feira (27), aos 78 anos, o humorista Mário de Oliveira Tupinambá, conhecido por representar o personagem Bertoldo Brecha do "Escolinha do Professor Raimundo", da TV Globo.

Tupinambá sofria de diabetes e insuficiência cardíaca. O ator morreu às 10h05 em decorrência de um choque cardiogênico, de acordo com a assessoria de imprensa do Hospital São Lucas, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.

O humorista criou os bordões “Veeeenha!” e o “Camarão é a mãe” no programa comandado por Chico Anysio.

Mário Tupinambá também foi redator humorístico dos programas "Estados Anysios de Chico City" (1991), "Chico Anysio Show" (1982), "Chico Total" (1981) e "Chico City" (1973).

Como ator, atuou em "Titio não é Sopa" (1959), "Sai Dessa Recruta" (1960), "Vagabundos no Society" (1962), "O Sabor do Pecado"(1967), "A Noiva da Cidade"(1978) e "Fulaninha" (1986).

domingo, setembro 26, 2010

Trem-Bala do PT irá do Oiapoque ao Chuí

O projeto Rio-SP ainda não saiu do papel e
custará o dobro, mas prometem triplicar a malha

O PROJETO DO TREM-BALA tornou-se um monumento à empulhação. Tratando-se de uma obra que desde o primeiro momento foi acompanhada pela ministra Dilma Rousseff, ela permite viajar num tópico de sua qualificação técnica e administrativa.

Em 2007 o trem faria a rota Rio-São Paulo, ficaria pronto antes da Copa de 2014, custaria R$ 18 bilhões, cobraria R$ 80 pela viagem e nada custaria à Viúva. Seria bancado pelos concessionários. O bólide não pararia no caminho, mas ninguém sabia dizer por quê.

Felizmente o Tribunal de Contas travou a proposta, apontando inconsistências na estimativa da demanda. O TCU encontrou uma tabela com números absurdos. Feita a denúncia, o consórcio italiano que encaminhou o estudo disse que aquela planilha não tinha sido posta lá por ele.

Em 2008 decidiu-se que o governo entraria no negócio e o Trem-Bala tornou-se uma das joias da coroa do PAC. A essa altura o preço foi estimado em mais R$ 18 bilhões, com diversas paradas, estendendo-se até Campinas, uma decisão que deveria ter sido tomada no primeiro momento. A ministra Dilma Rousseff defendia o projeto italiano mas ele foi moído no BNDES. Em maio daquele ano a comissária confirmava o custo previsto na literatura do PAC. O BNDES trabalhava com uma conta de R$ 22 bilhões.

Em 2009, aquilo que seria um projeto privado ainda não atarraxara um só parafuso, mas começou-se a falar na criação de uma empresa estatal para a obra. Quando ao custo, pulou para R$ 33 bilhões e as paradas seriam oito. O velho e bom BNDES deveria pingar R$ 20 bilhões.

Todos os prazos e custos do projeto estouraram. A tarifa Rio-São Paulo de R$ 80 já está estimada em R$ 200. Ofereceram-se isenções tributárias de ICMS, PIS/Pasep e Cofins aos interessados. (Coisa de R$ 500 milhões.) Os consórcios internacionais querem que o governo garanta a demanda e tudo indica que serão atendidos, apesar de um deles já ter dito que não precisa disso. (Com garantia de demanda, Eremildo, o Idiota, inaugura uma linha de ônibus para a Lua.)

Com a proximidade da eleição, o embuste ganhou uma nova dimensão. Em maio renasceu uma ideia de 2008 para estender o percurso do Trem-Bala a Belo Horizonte e Curitiba. No traçado Rio-Campinas ele percorreria 518 quilômetros. Com essa duas linhas, seriam mais 895 quilômetros.

Em julho o senador Aloizio Mercadante prometeu trabalhar para levar o trem a Bauru, Sorocaba e Ribeirão Preto. Mais 400 quilômetros, pelo menos. Os 518 km iniciais ainda estão no papel e já prometeram mais 1.300 km. Se o dia 3 de outubro demorar mais um pouco, os candidatos do governo oferecerão o Expresso Oiapoque-Chuí.

DILMÔMETRO
Um curioso percebeu que Dilma Rousseff tem uma característica indicativa que está disposta a fechar o tempo durante uma discussão. Basta ficar de olho na veia que passa na altura de sua têmpora esquerda.Quando ela se dilata, aí vem chumbo.

CINTURA REAL
O ex-presidente americano Jimmy Carter publicou o diário que manteve durante seu governo (1977-1981). No seu estilo, evita fofocas e maledicências. Mesmo assim, conta que a rainha Elizabeth cuida de seu chassis porque, se engordar, terá que fazer sete novos uniformes militares para vesti-los em diferentes paradas. Segundo ela, custam caro.

BOM SINAL
Dois candidatos a deputado, do Rio e de São Paulo, surpreenderam-se com uma novidade. A patuleia não gosta de receber santinhos com sugestões de votos para candidatos a senador, governador e presidente.
A chamada "marmita" tornou-se ofensiva, pois o cidadão se vê tratado como um ignorante, incapaz de escolher seus candidatos. Ele quer compor o próprio voto, como bem entender.

ESTILO-TÉDIO
Alguém precisa avisar ao ministro Cezar Peluso, presidente do STF, que, com as câmeras ligadas, seu estilo de professor entediado prejudica a qualidade de seus argumentos.
Contrapondo-se ao desempenho gestual e verbal de Ricardo Lewandovski e à serenidade de Carlos Ayres Britto, Peluso teria dificuldade até para defender a lei da gravidade.

DILMÔMETRO
Um curioso percebeu que Dilma Rousseff tem uma característica indicativa que está disposta a fechar o tempo durante uma discussão. Basta ficar de olho na veia que passa na altura de sua têmpora esquerda.
Quando ela se dilata, aí vem chumbo.

CINTURA REAL
O ex-presidente americano Jimmy Carter publicou o diário que manteve durante seu governo (1977-1981). No seu estilo, evita fofocas e maledicências. Mesmo assim, conta que a rainha Elizabeth cuida de seu chassis porque, se engordar, terá que fazer sete novos uniformes militares para vesti-los em diferentes paradas. Segundo ela, custam caro.

BOM SINAL
Dois candidatos a deputado, do Rio e de São Paulo, surpreenderam-se com uma novidade. A patuleia não gosta de receber santinhos com sugestões de votos para candidatos a senador, governador e presidente.
A chamada "marmita" tornou-se ofensiva, pois o cidadão se vê tratado como um ignorante, incapaz de escolher seus candidatos. Ele quer compor o próprio voto, como bem entender.

ESTILO-TÉDIO
Alguém precisa avisar ao ministro Cezar Peluso, presidente do STF, que, com as câmeras ligadas, seu estilo de professor entediado prejudica a qualidade de seus argumentos.
Contrapondo-se ao desempenho gestual e verbal de Ricardo Lewandovski e à serenidade de Carlos Ayres Britto, Peluso teria dificuldade até para defender a lei da gravidade.

EM FIM DE GOVERNO, RESSURGE O CARTÃO SUS
Depois de oito anos de inépcias, irregularidades e empulhações, o Ministério da Saúde acelerou o que seria uma reformulação do Cartão SUS, um plástico que guardaria a história das relações de um cidadão com a rede médica pública.

O Cartão SUS é um projeto do tucanato e se promessa de governo tivesse algum valor, desde o final de 2001 ele já estaria no bolso de 100 milhões de pessoas. Por pouco suas maracutaias não acabaram em CPI. Agora, no melhor estilo triunfalista, o ministério começou a rodar uma marquetagem e lançou o "Projeto Revitalização do Cartão SUS". Em nenhum momento informam o que aconteceu com essa iniciativa a ponto de ser necessário "revitalizá-la". Ela torrou R$ 400 milhões e deu em nada.

O Ministério da Saúde quer começar tudo de novo, com um projeto que, pela lei da gravidade, cairá no colo de duas ou três grandes empresas de softwares e equipamentos. A burocracia do doutor José Gomes Temporão nunca botou a cara na vitrine para explicar o fracasso do projeto.

Faltando três meses para o fim do governo, querem recriar o universo sem explicar por que a máquina do DataSus ficará de fora. Ao contrário das grandes empresas, ele trabalha com softwares livres. Se o DataSus não serve para nada, deveriam fechá-lo. O que acontecerá com o que já foi feito? A escassa coordenação que existe baseia-se num cadastro trabalhado pelo DataSus.

Num governo que defende o uso de softwares livres na máquina federal, o SUS quer se juntar à Polícia Federal e ao Detran, contratando programas fechados. Pode até ser o melhor caminho, mas a experiência mostra que, desde o início, o Ministério da Saúde fez uma opção preferencial pelas encomendas.

Compraram milhares de modems numa época em que a rede bancária começava a operar as contas de seus clientes pela internet. Nessa área, tudo o que podia dar errado errado deu. Querem apressar o negócio porque, se o dinheiro não for gasto logo, cairá em exercício findo. Nesse caso, a pressa destina-se a torrar logo o dinheiro da Boa Senhora.O doutor Temporão e Nosso Guia deveriam tomar a mais simples das decisões: O que não fizemos em oito anos não devemos tentar fazer em dois meses. Sobretudo se "fazer" significa fechar contratos milionários.

quinta-feira, setembro 23, 2010

A BALADA DO APOCALIPSE

Você ainda não entendeu as transformações do mundo.
Ele agora é uma selva.
Uma bomba-relógio.
Um lugar para se ter medo.
E você conhece bem o medo.
É a emoção que nos faz descarrilar em madrugadas chuvosas.

As ruas estão desertas.
Você não pode mais sentir frio:
Os invernos estão mortos.
Ao mesmo tempo, flores e folhas secas
Atapetam o chão que nos leva ao Grande Nada.

Trevas. Sombras. Cinzas. Escuridão.
São os nomes que o jogo da existência recebeu,
Depois que o mundo se transformou na maior
De todas as armadilhas;
Em um pedaço de inferno;
No Grande Abismo, feito de lágrimas,
Banhado de sangue
E embalado pelo som dos gritos
E dos lamentos dos condenados.

Que somos nós.
Perdidos em uma densa floresta,
Sem estrelas que apontem
Para a salvação.

ESTORVO

Não, não se trata do romance de Chico Buarque. Desejo apenas tecer alguns comentários a respeito de mais este período eleitoral.
Nesta vida, existem as famosas “perguntas que não querem calar”. Tenho certeza de que “os meus leitores” já foram questionados da seguinte forma: “Você votaria no dia 3 de outubro, se não fosse obrigado a fazê-lo?”.
É claro que nem todos são alcançados por essa obrigatoriedade. Para os analfabetos, os maiores de 70 anos e os menores de 18 anos, o voto é facultativo. É parecido com aquele famoso bloco carnavalesco, o “Vai quem quer” – parente, por sua vez, do igualmente ilustre “Não empurra que é pior”.
O voto obrigatório remonta à Grécia Antiga. O legislador ateniense Sólon contribuiu para a aprovação de uma lei específica obrigando os cidadãos a escolher um dos partidos. Caso contrário, perderiam o direito de ser cidadãos. É o que acontece hoje em dia. O eleitor que ignorar o chamado das urnas no primeiro e/ou no segundo turno deverá pagar uma multa. Sem a prova de que votou na última eleição, ou de que pagou a tal multa ou de que se justificou devidamente, o eleitor sofrerá diversas penalidades, tais como ficar impedido de se inscrever em concursos públicos e mesmo de tirar carteira de identidade.
Para os detonadores dessa prática, o voto obrigatório não passa de um grande estorvo. Em primeiro lugar, a classe política nunca mais recuperará sua credibilidade perante os olhos rigorosos da opinião pública. Ah, nem todo “representante do povo” é safado e desonesto. Posso concordar. Todavia, os maus exemplos superam e muito as ações éticas e verdadeiramente voltadas para o bem-estar da população. Ainda mais quando são devidamente exploradas pelos meios de comunicação, em nome de interesses que não valem a pena discutir aqui em razão do elevado nível de sordidez.
Os adversários da obrigatoriedade do voto têm uma das perguntas a que me referi no início destas considerações: “Se o Brasil é um país em que tanto se defende a democracia, por que uma pessoa é obrigada a votar”? Essa é da melhor qualidade, né não? Costumo dizer – meio brincando, meio a sério – que aqui em nosso país, em matéria de eleição, as alternativas são excludentes. Porque em Pindorama votar é obrigatório, sou agraciado com um belo de um feriado. Beleza. Quem não trabalha ou está de folga ou ganhou na Meg-Sena pode sair da seção eleitoral direto para a Avenida Litorânea. Agora, se não fosse, 3 de outubro não seria feriado de jeito nenhum. Como diria o grande filósofo contemporâneo Laércio Campos, “todo mundo tava era na roça, numa hora dessas”. Laércio também é conhecido como o “terror da Janaína”.
Não vou ficar em cima do muro, nessa história. Sou contra. Para mim, obrigar um cidadão a votar é uma anomalia. As pessoas deveriam exercer tranqüilamente o direito de não serem cúmplices na vitória de um candidato porventura ficha-suja que, por acaso, não pôde ser punido pela nova legislação em vigor porque “uma lei não pode retroagir para prejudicar”. Do que sou a favor: de um sistema que de fato defenestre os maus políticos e permitam a ascensão das melhores maçãs do cesto, por assim dizer. Assim, no meu entendimento, se dirigirá em massa para as urnas sem medo de ser feliz.
No fim das contas, a grande verdade é que não se pode deixar de votar. O voto é um ato de crença em uma determinada ideologia. Eu, por exemplo, creio que, ao dar o ar de minha graça no Colégio Gonçalves Dias no início de outubro e digitar os números presentes na “cola” que previamente guardarei em um bolso, estarei ajudando o candidato por mim escolhido a colocar em prática todas as propostas apresentadas na campanha midiática.
Por mais que algumas sejam mais falsas do que nota de 3. Mas aí a história é outra.

quinta-feira, setembro 16, 2010

ARTE ROMÂNICA





Claustro, Saint Durand, abade de Moissac. Abadia de Saint-Pierre de Moissac.
























Portal sul, Abadia de Saint-Pierre de Moissac. Jeremias. Início do séc. XII. Pedra. (detalhe)


































Portal sul, Abadia de Saint-Pierre de Moissac. Jeremias. Início do séc. XII. Pedra.






















Portal Sul, Abadia de Saint-Pierre de Moissac. Início do séc. XII. Pedra.






























Iluminura. São João Evangelista, do Evangelho do Abade Wedricus. 1147.
































Iluminura, São Paulo, c.1185.

quarta-feira, setembro 15, 2010

MPF emite parecer acusando TV Globo e Clube dos 13 de prática de cartel

O Ministério Público Federal (MPF) foi consultado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e emitiu parecer contra o Clube dos 13 e a TV Globo. O órgão público entende que as partes praticam o cartel na negociação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro.

O processo já tramita no Cade desde 1997 e cita até o SBT, que não entrou na briga pelos direitos de TV nas duas últimas negociações trienais. Com o parecer do MPF desta quarta, o Cade pode recolocar o assunto em sua pauta. Até o fim do ano, o órgão pode definir uma pena para a Globo ou o Clube dos 13.

A reportagem procurou o Clube dos 13 e a Rede Globo. A entidade esportiva não quis comentar o caso, enquanto a emissora, por meio da Central Globo de Comunicação, argumentou que "não se manifesta sobre processos em andamento".

O grande ponto questionável, segundo o MPF, é a cláusula de preferência da Rede Globo, que tem sempre o direito de igualar a proposta das rivais. Segundo Marcus da Penha, procurador regional da República e representante do MPF no Cade, o sistema não é legal.

“A prática teve efeitos anticompetitivos. O Clube dos 13 e a Globo limitaram e prejudicaram a livre concorrência ao usar a cláusula de preferência”, disse o procurador, em nota divulgada no site oficial do MPF.

Desde que o processo foi iniciado no Cade, outras empresas também reclamaram do sistema. A Record, por exemplo, abandonou a negociação de 2008 por entender que o C13 dava preferência à Globo, fato negado pela entidade.

A próxima negociação de direitos de TV do Campeonato Brasileiro está marcada para o primeiro semestre de 2011, quando serão acertados contratos dos próximos três anos. Em entrevista ao UOL Esporte, Fábio Koff, presidente do Clube dos 13, adiantou que não quer que a Globo mantenha a exclusividade nos contratos.

Além disso, o dirigente disse que pretende dividir as propriedades de negociação do torneio. Dessa forma, diferentes emissoras poderiam comprar os direitos de TV aberta, TV fechada, pay-per-view, celular, internet, etc. Essa é outra crítica do MPF. Segundo o órgão, os direitos têm de ser negociados em três produtos diferentes, o que não acontecia quando a ação entrou em trâmite no Cade.

Com gols de Ibra, Milan reage no 2º tempo e vence Auxerre

Do UOL Esporte
Em São Paulo
Parecia que o Milan decepcionaria sua torcida. Nesta quarta-feira, em sua estreia na fase de grupos da Liga dos Campeões, a equipe italiana sofreu com a pressão do Auxerre no estádio San Siro. Contudo, os rossoneri reagiram no segundo tempo e, com dois gols de Ibrahimovic, derrotaram a equipe francesa por 2 a 0. Pelo mesmo placar, o Real Madrid venceu o Ajax no Santiago Bernabéu, na outra partida do grupo G.
Para o jogo contra a equipe francesa, Massimiliano Allegri, treinador do Milan, deixou Robinho no banco. Ele escalou o setor ofensivo da equipe italiana com Seedorf, Ronaldinho, Alexandre Pato e Ibrahimovic. O zagueiro Thiago Silva, lesionado, ficou fora do jogo.
No início da partida, o sistema defensivo do Milan deu sustos na torcida. Aos 3min, Ambrosini perdeu a bola para Birsa, que chutou de esquerda para a defesa de Abbiati. Dois minutos depois, Ambrosini e Pirlo não se entenderam e a bola sobrou para Langil; Abbiati apareceu de novo para evitar o gol dos visitantes.
Não era mesmo o dia de Ambrosini. Ele sentiu dores e foi substituído por Boateng logo aos 15min. Após a pressão inicial, o Auxerre recuou e o Milan passou a tocar a bola, mas sem ser muito incisivo em suas subidas ao ataque. Aos 20min, Pirlo cobrou falta sofrida por Pato e obrigou o goleiro Sorin a fazer boa defesa.
O Auxerre voltou a assustar aos 22min: após cobrança de escanteio, Coulibaly desviou de cabeça e acertou o travessão. No minuto seguinte, o Milan respondeu. Boateng tentou o chute, que desviou na defesa e sobrou para Pato finalizar; a bola bateu de novo em um defensor e foi para fora.
Com a forte marcação exercida pelo Auxerre, Pirlo e Seedorf tinham dificuldades para encontrar algum companheiro livre no ataque. Aos 34min, Antonini se antecipou à chegada de Oliech e evitou uma jogada perigosa do time francês. Em um contra-ataque, aos 39, Langil perdeu a chance de deixar os visitantes em vantagem ao chutar por cima.
No segundo tempo, o Milan continuou lento em campo, com seus atacantes isolados. Aos 10min, Allegri mexeu na equipe. Alexandre Pato sentiu um problema físico e foi substituído por Robinho. O alívio para a torcida rossonera veio aos 21min. Ronaldinho lançou, Boateng ajeitou de cabeça e Ibrahimovic abriu o placar.
Bastou o gol para o Milan enfim deslanchar na partida. Aos 24min, Ronaldinho puxou contra-ataque e serviu Ibrahimovic, que acertou o canto de Sorin para ampliar. Boateng perdeu a chance de fazer o terceiro, aos 30min, em bom passe de Ronaldinho. Sem reação, o Auxerre se contentou em não levar mais gols.

terça-feira, setembro 14, 2010

Messi faz dois, perde pênalti e Barcelona derrota Panathinaikos por 5 a 1

Do UOL Esporte
Em São Paulo
Tudo não passou de um susto. Nesta terça-feira, o Panathinaikos deu a impressão de que roubaria a cena no estádio Camp Nou, mas o Barcelona fez valer sua superioridade em campo e derrotou a equipe grega por 5 a 1, de virada, na primeira rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Lionel Messi foi o destaque do duelo ao marcar duas vezes, perder um pênalti, acertar a trave duas vezes e dar belo passe para Daniel Alves fechar o placar. Na outra partida do grupo D, o Copenhague derrotou o Rubin Kazan por 1 a 0.
O Barcelona iniciou a partida com pressão total sobre o time grego. Aos 3min, Pedro cruzou da direita, Messi cabeceou e Tzorvas fez grande defesa. O goleiro do Panathinaikos salvou a equipe mais uma vez quatro minutos depois. Após boa troca de passes, Iniesta ajeitou para Xavi bater e o arqueiro espalmar.
Acuado na defesa, o Panathinaikos apenas observava o Barcelona trocar passes. Aos 12min, Messi tabelou com Villa e chutou de fora da área, para defesa de Tzorvas. Os donos da casa buscavam criar jogadas principalmente pelo lado direito, com boa participação do lateral Daniel Alves.
Villa chutou para fora aos 14min e foi travado por Boumsong aos 17min. O Barcelona multiplicava suas chances de perigo, mas sofreu um golpe. Em sua primeira – e única - finalização no primeiro tempo, o Panathinaikos abriu o placar. Aos 20min, Govou recebeu passe de calcanhar de Cissé e tocou na saída do goleiro Victor Valdés, surpreendendo a torcida presente ao Camp Nou.
O time grego mal teve tempo para comemorar a vantagem. Dois minutos depois, Xavi fez um lançamento preciso para Messi completar de esquerda e igualar. O domínio do Barcelona continuou e, aos 33min, veio a virada. Após escanteio cobrado por Xavi, Busquets desviou de cabeça e Villa mandou para as redes.
Messi quase ampliou aos 43min. O atacante acertou o travessão após receber passe de Xavi. O argentino, porém, ainda teria tempo para deixar sua marca antes do intervalo. Em bela trama do ataque blaugrana, em sequência de toques de primeira, Messi tocou no canto de Tzorvas para fazer o terceiro aos 45min.
Para se ter uma ideia do domínio do Barcelona, o time espanhol teve 75% da posse de bola nos 45 minutos iniciais, com onze finalizações. Na segunda etapa, o Barcelona continuou com o jogo sob seu controle.
Aos 8min, Kanté derrubou Messi dentro da área. Era a chance de o atacante argentino fazer seu terceiro gol, mas ele bateu mal e Tzorvas defendeu a cobrança de pênalti. Pedro driblou o goleiro do Panathinaikos aos 14min, mas ficou sem ângulo e desperdiçou outra oportunidade para fazer o quarto.
Com o adversário batido, o Barcelona diminuiu o ritmo, mas chegou ao quarto com facilidade. Aos 33min, Messi chutou sem ângulo; a bola bateu nas duas traves e Pedro teve pouco trabalho para marcar. Tzorvas evitou o quinto ao espalmar um chute do atacante argentino aos 36min.
Nos acréscimos, Messi completou sua grande atuação com uma assistência para Daniel Alves, que desviou de cabeça para fazer o quinto e fechar o placar. A estreia do Barcelona na Liga dos Campeões não poderia ser melhor.

segunda-feira, setembro 13, 2010

Espiã russa Anna Chapman vira celebridade em seu país

DER SPIEGEL

Matthias Schepp
Moscou (Rússia)

A ex-espiã russa Anna Chapman, presa nos Estados Unidos e enviada de volta à seu país numa troca de agentes com a Rússia, está tirando vantagem de sua sensualidade. O ex-espião Vladimir Putin a recebeu de braços abertos e ela está no caminho para se tornar uma estrela.

O restaurante Starlite fica num pequeno parque do centro de Moscou, a dois minutos do monumento ao lendário poeta Vladimir Mayakovsky. O restaurante serve filé e batatas fritas, e as paredes são decoradas com capas da revista “Life” dos anos 60 e uma placa de automóvel do Estado norte-americano de Michigan.

Uma televisão exibe o canal CNN.Anna Chapman, a espiã com imagem de Bond-girl, escolheu almoçar num restaurante que a faz lembrar de sua antiga vida, dos quatro anos estimulantes que ela passou nos Estados Unidos antes de ser presa pelo FBI em junho e trocada por espiões norte-americanos na Rússia.

O Starlite é um pouquinho dos Estados Unidos no meio de Moscou, e um ponto de encontro comum para pessoas que se sentem em casa em mais de um mundo. Um sírio com passaporte norte-americano pede um hambúrguer em uma das mesas. As agências de inteligência ocidentais acreditam que ele seja o braço direito de Viktor Bout, um notório traficante de armas. O Starlite tem a reputação, justificada, de ser totalmente monitorado pela inteligência russa.

Tirem as mãos da nossa Anna
Chapman está sentada no canto mais distante do terraço. Ela usa um vestido justo, e seu rosto parece pálido em contraste com seus cabelos ruivos. Ela está no fundo do ambiente. “Uso óculos de sol e um chapéu na rua”, diz ela.

E com razão. A Rússia foi consumida por um culto à personalidade de Chapman desde sua volta. Os tabloides publicam páginas e páginas de confissões de amor de seus antigos namorados. Em sua cidade natal, Volgogrado, conhecida como a “Cidade dos Heróis” por causa de seu papel na 2ª Guerra Mundial, alguns membros do conselho municipal propuseram transformar a jovem de 28 anos em cidadão honorária.

O jornal local está divulgando um concurso para escolher a música mais bonita escrita para Anna. A letra que está em primeiro lugar diz: “A América espiona todo mundo, e seus inimigos não dormem em paz. Eles procuram bin Laden, mas o que nossa garota tem a ver com isso? Tirem as mãos da nossa Anna.”

Um rosto para o sentimento antiamericano
Chapman se tornou um fetiche para um país ressentido, incorporando a profunda antipatia que a maioria dos russos sente pelos Estados Unidos. Acima de tudo, o culto a Anna ajuda a disfarçar a reputação gravemente abalada das agências de inteligência, que estão infectadas com os mesmos problemas que afligem o país inteiro: o nepotismo, a corrupção e a ganância.

O chefe da inteligência estrangeira russa, por exemplo, passa os finais de semana relaxando numa casa de campo numa propriedade de 10 mil metros quadrados. Seu salário anual de US$ 178 mil não é suficiente para pagar pela casa, nem tampouco por seu apartamento de 587 metros quadrados em Moscou. Os russos sabem bem desses números, porque o presidente Dmitry Medvedev obrigou os chefes das agências de inteligência a quebrar o sigilo sobre seus bens.

Anna, parecendo cuidadosa ao se sentar no Starlite, personifica a miséria do país. Ela não é nenhuma mestre espiã, nenhuma criação da KGB, temida, em parte, por sua eficiência. Ela é uma interna atraente, não uma guerreira.

Uma nova Mata Hari?
“Meu site estará no ar e funcionando em breve”, diz ela. “As informações de contato de meus relações públicas estarão lá. Não posso falar sobre o meu tempo nos EUA”. As instruções foram dadas provavelmente por seus assessores.Mas eles aparentemente não a impediram de capitalizar com sua história. Ela já posou para a revista masculina “Zhara” (“Calor”) no Hotel Baltschug Kempinski em Moscou.

A editora diz que as fotos são “reveladoras” e promete que “os misteriosos olhos de Anna levarão os homens à distração. Ao lado de Mata Hari, Anna é simplesmente a espiã mais sensual do mundo.”A “Zhara” é propriedade da News Media Russia, a editora de tabloides mais bem sucedida do país. Um conhecido do primeiro-ministro Vladimir Putin é dono da maior parte das ações da companhia.

Recebida por Putin de braços abertos
Putin, que também foi agente, recebeu calorosamente Chapman e os outros nove espiões expulsos dos Estados Unidos, e até cantou antigas canções de luta com eles. A mídia especula se Chapman concorrerá a algum cargo público nas eleições do ano que vem.

Ela não seria a primeira agente a se sentar no parlamento russo, a Duma. Andrey Lugovoy foi segundo colocado na lista de candidatos do ultranacionalista Vladimir Zhirinovsky para as eleições do parlamento. Acredita-se que Lugovoy seja um dos suspeitos pelo assassinato de Alexander Litvinenko, um ex-agente russo que fugiu para o Reino Unido e foi envenenado com polônio radioativo 210 – acusações que Lugovoy, é claro, nega.

Anatoly Korendyasev, deputado que representa a Volgogrado nativa de Chapman no partido Rússia Unida de Putin, está prestes a se aposentar. Chapman, ao que parece, será uma substituição ideal, porque a cadeira continuará na família, por assim dizer. Korendyasev também foi um agente de inteligência; na verdade, ele teve até a patente de general.

O cientista político Andrey Mironov propôs estabelecer um museu Chapman em sua antiga escola. Tatyana Badyeshko, diretora da Escola Secundária nº 11, lembra-se bem de sua aluna mais famosa. Ela diz que era uma menina respeitável, mas – como é de se esperar – tinha uma sede de aventura. “Talvez tenha sido isso que a envolveu na espionagem”, diz a diretora. “Mas tudo o que Anna fez foi por amor à sua terra natal.”

Tradução: Eloise De Vylder

domingo, setembro 12, 2010

Viagem ao Brasil dos Anos Dourados

Mais de 50 mil imagens do jornal Última Hora são reunidas em rico acervo digital sobre a história do país nos anos 50 e 60

Na década de 1950, o jornal carioca Última Hora inovou ao encher suas páginas de imagens, algo incomum para a imprensa da época.

Para ilustrar suas matérias, a equipe do periódico produzia centenas de fotos e ilustrações, e apenas algumas delas eram aproveitadas na edição final, o que gerava uma “sobra” de cerca de 400 imagens por número.

Com o tempo, o arquivo iconográfico do jornal se tornou um registro único da história do Brasil nas décadas de 1950 e 1960, e é justamente este acervo que o Arquivo Público do Estado de São Paulo coloca agora à disposição para consulta gratuita na internet. A instituição acaba de lançar uma galeria virtual que reúne cerca de 54.600 fotografias e 1.200 ilustrações publicadas ao longo dos 20 anos de existência do Última Hora, que circulou entre 1951 e 1971.

O acervo pode ser acessado no endereço eletrônico www.arquivoestado.sp.gov.br/uhdigital, onde o internauta vai encontrar desde fotos de atores e jogadores de futebol que fizeram sucesso na década de 1960, até caricaturas de Joseph Stalin, Adolf Hitler e Mahatma Gandhi. O ponto alto da coleção, no entanto, são as fotografias e charges que registram o agitado ambiente político brasileiro da década de 1950, quando o Última Hora desempenhou um papel importante na guerra midiática travada entre Carlos Lacerda e Getúlio Vargas. O jornal era o veículo mais alinhado com o projeto do presidente da República, e serviu como porta-voz dos getulistas na disputa com a Tribuna da Imprensa, de Lacerda.

Cineasta francês Claude Chabrol morre, aos 80 anos, em Paris

Paris - O cineasta francês Claude Chabrol morreu neste domingo (12) aos 80 anos, segundo informaram fontes da Prefeitura de Paris citadas pela emissora "France Info".

Chabrol, considerado um dos produtores-chave da cinematografia francesa, nasceu em 24 de junho de 1930, e foi, além de diretor, produtor e crítico do "Cahiers Du Cinéma".

Entre os filmes de Chabrol estão alguns dos mais destacados do cinema francês, como "Beau Serge", "Violette Nozière", "La Cérémonie" e "Merci Pour Le Chocolat".

Em 2009 dirigiu "Bellamy" e suas últimas obras foram dois capítulos de "Au Siècle de Maupassant: Contes et Nouvelles du XIXème Siècle".

quinta-feira, setembro 09, 2010

Prostituição masculina: mais oculta e menos escrava

EL PAIS
Emilio de Benito

A recente batida contra uma rede que supostamente explorava 80 rapazes brasileiros em casas de "alterne" [convívio social] deram um rosto a uma realidade que costuma estar escondida: a prostituição masculina. Segundo a versão da polícia, os brasileiros chegavam à Espanha enganados, com a promessa de um trabalho como bailarinos, e para aguentar as jornadas de trabalho (deviam estar disponíveis 24 horas por dia) usavam cocaína, Viagra e "poppers", tipo de vasodilatador.

A prostituição masculina é tão oculta que quando se pergunta ao Ministério da Igualdade, que desde sua criação promove trabalhos sobre a prostituição, a resposta é que eles não têm nada a respeito, que é um fenômeno muito marginal e sobretudo com um fator que a diferencia claramente da prostituição feminina: entre os "chaperos" (termo que alguns deles reivindicam com a mesma energia com que outros o rejeitam) não costuma haver exploração. De uma perspectiva de gênero, dizem funcionários do governo, as relações que estes estabelecem com seus clientes masculinos (as clientes mulheres são minoria e também se dedicam a uma prostituição de luxo, longe de qualquer sordidez aparente) são mais de igual para igual, sem a violência - explícita ou implícita - que acontece muitas vezes nas relações entre homens e prostitutas.

Ramón Esteso, coordenador de Inclusão Social na ONG Médicos do Mundo, descreve assim a diferença: "A relação [dos trabalhadores sexuais] com seus clientes é mais equilibrada, não há diferença de gênero. O rapaz decide quando, como e o que faz. Não é uma relação baseada no poder".

Os envolvidos reconhecem que é assim. E não só Mário, 36, ou Ander, 26, que, pelo que cobram pelos serviços - de 100 a 150 euros o primeiro, mais de 80 o segundo - e as condições em que o fazem - em casa ou em hotéis, com contatos pela internet -, podem se considerar "de alto nível". Até Juan, um romeno de 24 anos que trabalha na rua há menos de um, diz com orgulho - e quase com brutalidade - que há coisas que ele não faz. "Não sou maricas. Preciso do dinheiro." admite que cobra pouco - "10 ou 15 euros" -, mas que lhe bastam para ir vivendo enquanto procura trabalho, "no que for".

Pode ser que Juan, áspero no trato pessoal e que obviamente não se chama assim, exagere. Mas pode representar os trabalhadores do sexo que estão na escala econômica inferior. "Na rua trabalham os mais jovens. São sobretudo romenos ou do norte da África", explica Iván Zaro, coordenador da área de saúde da Fundação Triângulo e autor de um extenso estudo sobre os trabalhadores do sexo em Madri. "Muitos são 'heteros' e alternam o trabalho sexual com pequenos furtos ou empregos temporários."

Na teoria, são os que têm mais dificuldade e ao mesmo tempo os mais difíceis de ajudar. "Estão tão prejudicados por sua situação de marginalidade que são os mais difíceis de recuperar. Também têm muito baixo nível de instrução, e sua maior referência são seus amigos, em situação parecida, o que lhes dá coragem para continuar", acrescenta Zaro.

Mario Blázquez, técnico em saúde do Coletivo de Lésbicas, Gays, Transexuais e Bissexuais (Cogam) de Madri, define esse grupo como "o mais difícil de atingir com os programas de prevenção". "Eles vêm buscar material (camisinhas, lubrificantes) porque é cômodo e grátis, mas não se deixam ajudar. Como eu digo, é impossível chegar a tocar sua alma, conhecê-los", diz Blázquez. Esteso concorda: "Os homens têm mais dificuldade para pedir ajuda". "É tamanho o estigma, que muitos preferem dizer que o fazem voluntariamente a admitir que são obrigados pela necessidade."

Mas o que eles têm, conforme suas circunstâncias, é uma característica que os especialistas consultados concordam em salientar, e que não ocorre tão facilmente nas mulheres e muito menos nos transexuais: vivem o trabalho sexual como algo temporário.

É o que faz Ander. Este colombiano de 26 anos chegou à Espanha para estudar há cinco. Há dois começou a se prostituir. Hoje alterna essa função com "um trabalho normal em uma empresa de marketing". Seus chefes não sabem que tem outra ocupação esporádica, mas ele acredita que "não se importariam". Durante o tempo em que se dedicou exclusivamente ao trabalho sexual, "ganhava um bom dinheiro, mais de 2 mil euros por mês". Conta isso como "algo normal". Tanto que se ainda não o deixou totalmente não é pelo dinheiro. Ou não só. "Continuo com alguns clientes com os quais estou há muito tempo. No fundo sou boa gente e não posso largá-los de um dia para o outro. De alguma maneira vai-se criando um vínculo, e estou comprometido com eles", conta.

De fato, Ander admite que alguns de seus clientes chegaram a se apaixonar por ele. "Mas o perigo é que confundam. Acreditam que se há amor podem deixar de pagar." Além disso, de amor ele está servido: tem um parceiro que sabe de sua ocupação e "não se importa".

Segundo o que ele diz, quem parece que não terá problemas com o amor é Mario. Aos 36 anos, teve "três namorados, mas deu tudo errado". Todos foram antes que se dedicasse exclusivamente à prostituição. "Agora sou anticasal." Por isso nem se discute se seu trabalho seria compatível com uma relação afetiva. "Mas meus amigos sabem a que me dedico e não há problema", diz.

Mario sabe que sua ocupação tem data de vencimento. Indica com orgulho os blogs onde publica suas fotos para atrair clientes, onde se vê um homem com um corpo trabalhado na academia. "Eu me cuido. O segredo é fazer esporte, comer bem e descansar", diz. Mas sabe que a aparência física é passageira. "Não tenho planos para o futuro. Nos cinco anos em que trabalho nisto comprei uma casa e estou me formando como massagista para o futuro", diz.

O que está claro para ele é que não quer voltar à situação de trabalhador pouco qualificado, que tinha há cinco anos quando deixou uma cidade do interior e o trabalho em uma empresa de artes gráficas, para morar em Madri. "Estive em três empresas e foi tudo igual. Uma transadinha aqui, umas histórias ruins ali. E ainda por cima mal pago. Agora trabalho para mim mesmo. Eu decido quantos clientes faço: u, dois ou três por dia. Sou eu quem impõe o limite", explica.

O assunto dos limites - não só em quantidade como nas práticas - é importante, e outra grande diferença entre homens, mulheres e transexuais que se dedicam à prostituição. Esteso, da Médicos do Mundo, acredita que para os rapazes é mais fácil. Os dados de Zaro também apontam que, assim como a imensa maioria afirma que entrou para a prostituição voluntariamente, decidem mais facilmente o que fazem ou não. "Eu não faço 'bareback' [em inglês, sexo anal sem camisinha]", dizem taxativos Mario e Ander. No estudo da Fundação Triângulo, 97% dos pesquisados afirmaram que "sempre" usam preservativo.

No entanto, segundo dados do Centro Sandoval, um ambulatório de Madri que atende gratuita e anonimamente - o que o transforma em um dos lugares preferidos de imigrantes ou pessoas em situações de exclusão -, a situação é muito diferente. Quase 20% dos trabalhadores do sexo deram positivo no teste de HIV em sua primeira visita, contra, por exemplo, 0,8% das mulheres na mesma atividade.

Além de não ser verdade que os rapazes usam preservativo com seus clientes tanto quanto dizem, há outro fator que pode influir: o que fazem durante suas relações pessoais, com parceiros ou amigos. E aí parece que grande parte da prevenção cai por terra.

Além disso, talvez Mario e Ander não sejam representativos da maioria dos trabalhadores do sexo. E certamente Juan também não. Há uma parte que trabalha em saunas, clubes e apartamentos, exatamente onde se supõe que haja mais facilidade para a exploração. E, como diz Esteso, logicamente não há acesso a essas casas. "Entramos onde nos permitem, que são muitos lugares, mas não todos", indica.

Além disso, a ONG detectou - porque viu isso com as mulheres, que são as maiores usuárias de seus programas - que há um abandono paulatino da rua para se refugiar em apartamentos, próprios ou administrados por outros. O motivo é "a perseguição de muitos municípios, com multas pelo exercício na via pública". E isso pode aumentar o risco de exploração.

"Na rua ninguém o impede de recusar um cliente", diz Ander. "Em uma casa..." Mas logo explica que diz isso como uma possibilidade, porque ele, que já fez "temporadas " em apartamentos, nunca viu ninguém ser forçado. "Na verdade, para ocupar um lugar normalmente é preciso pedir com antecedência", diz. A temporada nesses lugares costuma durar algumas semanas, não muitas, para evitar o que o estudo da Fundação Triângulo qualifica como efeito de "cara queimada": quando os clientes já conhecem o trabalhador, perdem o interesse por ele para se concentrar nos novos.

Nesses apartamentos, segundo relata Ander, há dois sistemas de pagamento: por dia, como aluguel pelo quarto, ou com 50% do faturamento, "o que poderia se considerar proxenetismo, embora se deva levar em conta que estar em um apartamento garante clientes e que o dono cobre os gastos de publicidade e manutenção". O que ele acha mais duvidoso é que sejam os donos da casa quem facilita droga para os hóspedes. "Para eles não interessa ter grande quantidade em casa, porque ao crime de proxenetismo se somaria o de tráfico", diz.

Isso não quer dizer que nas casas - e nesse trabalho em geral - não se consumam narcóticos. "É claro que um 'baseado' para passar o tempo, e 'poppers' [um vasodilatador que atua sobre as mucosas] para as relações sexuais." E cocaína? "Também, mas em uma casa com cinco ou seis rapazes é perigoso, pode ser mais difícil manter a ordem", comenta Ander.

Até Mario, que se cuida tanto, admite que toma poppers. Esteso, por semelhança com o que acontece nos apartamentos de mulheres, indica que a cocaína é de uso "muito frequente". "Assim são mais manipuláveis e ficam até mais contentes", diz. "E, é claro, entre os rapazes poppers e Viagra", diz.

Mas é verdade que não há exploração no mundo da prostituição masculina? Ninguém se atreve a negá-lo de maneira definitiva. "Se existe, esses rapazes não vêm ao nosso serviço", diz Blázquez, da Cogam. Zaro é o mais taxativo. "Em oito anos só vi um caso: um rapaz latino-americano que veio seguindo seu parceiro e este o obrigou a ter relações com outros homens. Eu mesmo o acompanhei à delegacia", diz. "Mas isso não quer dizer que não haja outros."

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

quarta-feira, setembro 08, 2010

Larissa Riquelme usa blusa transparente para autografar revista

A paraguaia esteve numa padaria em São Paulo

Do EGO, no Rio

Larissa Riquelme escolheu uma blusa transparente que deixou seu sutiã branco à mostra. A paraguaia escolheu o look para ir ao lançamento de sua "Playboy", que aconteceu na noite desta quarta-feira, 8, em São Paulo, numa padaria.

Belarus promove concurso de miss peito

Alena Tereh e Yekaterina Nikandrova foram as campeãs.
Concurso realizado em Minsk contou com um grande público.

sexta-feira, setembro 03, 2010

Glenda Kozlowski deixa o jornalismo para explicar que candidato pode vomitar

Diante da tarefa que coube ao candidato Marcão, de beber uma mistura de vermes, fígado e óleo, tudo batido no liquidificador, Glenda Kozlowski fez cara de nojo, mas avisou: "Se tiver ânsia de vômito, pode vomitar dentro do copo e continuar bebendo. Se vomitar fora, está eliminado". Rigorosa, ainda advertiu o candidato: "Tem que beber até o fim. Não. Ainda tem um pouquinho".

Eis o que foi feito de mais um jornalista de talento e sucesso na Globo: apresentar reality show sob o comando do mago Boninho. Isso implica explicar regras, zelar pelo cumprimento delas, fazer caras e bocas diante das situações, incentivar os candidatos, e anunciar resultados de provas e eliminações.

Alguém dirá: triste destino. Talvez não. Nesta caminhada, aparentemente sem volta, do jornalismo televisivo na direção do entretenimento, não surpreende mais ver profissionais respeitáveis de uma área abraçarem a outra com entusiasmo. Parece ser um caminho natural - da mesma forma que teremos que nos acostumar com atores atuando como jornalistas.

O perfil de Glenda na Wikipedia informa que ela sonhava ser atriz. Não realizou este sonho. Acabou indo para o jornalismo, onde se deu muito bem na área esportiva. Agora à frente do "Hipertensão" dá este salto importante em sua carreira - explicar a Marcão, com um jeito severo, mas cara de nojo, que ele pode vomitar dentro do copo. Perfeito.

quinta-feira, setembro 02, 2010

Playboy divulga capas e foto de Larissa Riquelme

A beldade paraguaia vai aparecer, em pelo menos, 14 páginas da revista voltada ao público masculino

Campinas, SP, 02 (AFI) – Musa da Copa do Mundo 2010, a bela Larissa Riquelme é a estrala da edição de setembro da revista Playboy. A revista chega às bancas somente na próxima semana, mas a editora Abril divulgou duas versões da capa e uma foto em 3D do ensaio da modelo paraguaia.

Ao todo, as curvas de Larissa Riquelme estarão em, pelo menos, 14 páginas da revista. As fotos foram tiradas na Arena Barueri e são do fotógrafo Maurício Narras. A beldade ficou conhecida mundialmente por aparecer com um generoso decote e com o celular entre os seios, fato que fez aumentar o número de fãs da paraguaia.

Mergulhadores encontram cerveja de dois séculos no mar Báltico

Garrafas estavam dentro de navio naufragado no início do século XIX
Investigadores que experimentaram gotas do líquido gostaram do sabor

Da Associated Press

Mergulhadores que faziam buscas no mar Báltico encontraram de cerveja de dois séculos dentro de um navio que naufragou.

Bjorn Haggblom, um porta-voz dos investigadores, disse que encontrou algumas garrafas de cerveja perto das ilhas Aland, entre a Finlândia e a Suécia, em julho. Ele disse que os investigadores que experimentaram gotas do líquido escuro e espumoso gostaram do sabor.

O especialista em cervejas sueco Goran Winbergh questionou se a bebida encontrada ainda pode ser consumida, já que a cerveja é perecível.

A cerveja mais velha encontrada ainda em condições de ser bebida é de 1869. As garrafas descobertas agora podem ser mais antigas, do início do século XIX.