terça-feira, maio 31, 2011

Na iminência de ser vendido, Brinco de Ouro completa 58 anos de vida

Este pode ser um dos últimos aniversários do atual estádio bugrino, que deve ser vendido

Campinas, SP, 31 (AFI) - Há exatos 58 anos, o Guarani inaugurava o estádio Brinco de Ouro da Princesa e dava um grande passo para se tornar um dos maiores clubes do interior paulista. O novo e moderno estádio para a época substituiu a então casa bugrina, que era localizada na Rua Barão Geraldo de Rezende, e conhecida carinhosamente como Pastinho. Este pode ser um dos últimos aniversários do atual estádio bugrino.

Há pelo menos quatro anos a diretoria negocia a venda do patrimônio para quitar as dívidas milionárias e ainda receber em troca uma arena multiuso, Centro de Treinamento e ainda uma quantia para investir na contratação de reforços. Há quem diga que a venda não passa de jogada política do presidente Leonel Martins de Oliveira, que promete em breve bater o martelo no que diz ser a única saída para a crise financeira do clube.

História
A ideia de uma nova casa para o Guarani surgiu em 1948, com o início do profissionalismo nos clubes do interior. Após uma campanha de fundos com os torcedores, o clube trocou o terreno do antigo Pastinho pela nova área no bairro Proença, onde viria a ser erguido o novo estádio.

O Estádio Brinco de Ouro da Princesa foi assim chamado quando o jornalista João Caetano Monteiro Filho, ao observar a maquete, comparou seu formato a um brinco e associou ao apelido carinhoso de Campinas - Princesa D'Oeste. A inauguração aconteceu no dia 31 de maio de 1953, com uma vitória do Guarani sobre o Palmeiras por 3 a 1. O autor do primeiro gol do estádio foi o meia bugrino Nilo, cobrando falta no gol de entrada.

O recorde de público do Brinco de Ouro foi registrado no dia 15 de bril de 1982. na ocasião, 52.002 torcedores assistiriram a derrota para o Flamengo por 3 a 2, em jogo válido pelas semifinais do Campeonato Brasileiro. Atualmente, por questões de segurança, a capacidade foi reduzida para 32 453 pessoas, de acordo com o Cadastro Nacional de Estádios de Futebol (CNEF) editado pela CBF em 15 de setembro de 2009.

Jogos memoráveis
O maior momento do estádio Brinco de Ouro sem dúvida foi na conquista do histórico título do Campeonato Brasileiro de 1978. Após vencer o Palmeiras por 1 a 0 no jogo de ida, na capital, o Bugre repetiu a dose e venceu em casa pelo mesmo placar no dia 13 de agosto, levando a torcida ao delírio com a conquista do feito inédito.

O estádio ainda recebeu outra final de Campeonato Brasileiro, em 1986, contra o São Paulo, mas esta não teve um final feliz. O primeiro jogo, no Morumbi, terminou empatado por 1 a 1, e na partida de volta bastava uma vitória para o Bugre sagrar-se bicampeão brasileiro. Mas houve empate por 1 a 1 no tempo normal, e 2 a 2 na prorrogação, com o gol de empate tricolor sendo marcado pelo ídolo bugrino Careca no último minuto. Nos pênaltis, o time paulistano levou a melhor e venceu por 4 a 3, festejando seu segundo título nacional diante de um público de 37.370 torcedores.

Dois anos depois, o Guarani voltaria a amargar um vice-campeonato em pleno Brinco de Ouro, desta vez pelo Campeonato Paulista. O adversário da decisão foi o Corinthians, e o jogo de ida, no Morumbi, ficou no empate por 1 a 1. Na segunda partida, no Brinco de Ouro, o Bugre perdeu por 1 a 0, na prorrogação, com um gol do jovem Viola, e ficou com o vice-campeonato.

Fim de uma Era?
Atualmente o estádio vem sofrendo com o abandono das últimas administrações e apresenta diversos problemas estruturais. Antes do Campeonato Brasileiro do ano passado, a atual diretoria fez alguns retoques, pintando as arquibancadas e reformando o gramado. No entanto, o próprio clube evita fazer novas e profundas intervenções, uma vez que em breve o histórico estádio deve ser vendido e demolido, dando lugar a empreendimento comercial.

quinta-feira, maio 26, 2011

Lei precisa mudar após caso Pimenta Neves, diz Peluso

DE SÃO PAULO
26/05/2011 - 09h29

Para o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, o caso do jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, 74, preso quase 11 anos após matar a jornalista Sandra Gomide, confirma a necessidade de alterações na Constituição. Para ele, a demora em cumprir penas do tipo cria uma sensação de impunidade na sociedade.

A informação é de reportagem de Felipe Seligman, publicada na Folha desta quinta-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.)

Uma proposta de autoria de Peluso prevê aplicação de penas a partir de julgamentos em segunda instância. Mesmo que se recorra aos tribunais superiores -Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça-, a pena tem de começar a ser cumprida. Ela seria interrompida apenas em caso de absolvição no STF ou do STJ.

Se a proposta já estivesse valendo, Pimenta Neves deveria estar cumprindo pena desde dezembro de 2006, quando o Tribunal de Justiça paulista confirmou a condenação aplicada pelo Tribunal do Júri de Ibiúna, cidade do interior onde ocorreu o crime.

terça-feira, maio 24, 2011

Morre aos 97 anos o líder negro Abdias do Nascimento

24/05/2011 - 15h34

DE SÃO PAULO

Atualizado às 17h43.
Morreu na noite desta segunda (23), no Rio de Janeiro, o ativista do movimento negro Abdias do Nascimento, 97. Ex-deputado, secretário estadual e senador, Abdias foi também pintor autodidata, escritor, jornalista, poeta e ator.

Ele estava internado desde 15 abril no Hospital do Servidor do Rio de Janeiro e morreu de insuficiência cardíaca, segundo a assessoria de imprensa do hospital. Segundo Ivanir dos Santos, conselheiro do Ceap (Centro de Articulação de Populações Marginalizadas) e amigo pessoal de Abdias, o ativista foi internado por complicações de diabetes. Ainda não há informação sobre o horário do enterro.

Secretaria lamenta a morte do ativista Abdias do NascimentoVeja galeria de fotos de Abdias do NascimentoLeia, no acervo da Folha, entrevista concedida por Abdias do Nascimento em 2010

Sua defesa dos direitos humanos dos afrodescendentes lhe rendeu uma indicação ao Prêmio Nobel da Paz em 2010.

Em março deste ano, esteve entre as lideranças negras convidadas para o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no Rio de Janeiro.

Na ocasião, Nascimento afirmou : "a visita do Obama é importantíssima para aprofundar as relações entre o Brasil e os EUA. O fato deles terem eleito um presidente negro é uma lição para o Brasil".

Foi dele a sugestão de instituir, em São Paulo, o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro desde 2006.

segunda-feira, maio 23, 2011

FIA proíbe utilização de asa móvel no túnel de Mônaco

23 de maio de 2011 • 15h45 • atualizado às 16h28

Os pilotos de Fórmula 1 serão proibidos de utilizar a asa móvel dentro do túnel no circuito de Monte Carlo. Quem confirmou a notícia foi o próprio Charlie Whiting, delegado de segurança da FIA, que escutou os pilotos e proibiu o uso do sistema naquele local.

A proibição do uso da asa móvel será entre as áreas de 1350 e 2020 metros, ou seja, o local que compreende o túnel do circuito. A utilização da asa nos outros locais estará liberada e, durante a corrida, muito provavelmente a zona de ultrapassagem será demarcada na "reta" de largada/chegada.

O GP de Mônaco de F1 acontece neste domingo, sob a liderança de Sebástian Vettel, com 118 pontos e quatro vitórias nas cinco provas da temporada.

Larissa Riquelme rejeita proposta para fazer filme pornô e diz que quer atuar em Hollywood

Larissa Riquelme não para de ser destaque. Dias depois de ser capa da Playboy mexicana e se tornar integrante do programa “Bailando por um Sonho”, da Argentina, a musa da última Copa do Mundo revelou ter recebido um convite para estrelar filme pornô que foi prontamente rejeitado.

“Nem bem eles [empresários] me fizeram a proposta, eu lhes respondi. ‘Amigos o meu não é o pornô'”, afirmou Larissa Riquelme em entrevista a revista “Viva”.

Apesar de negar a proposta para ser estrela do mundo pornô, a paraguaia quer se tornar atriz, mas de filmes convencionais.

“Nos Estados Unidos, quero ir para o lado de Hollywood, não para o lado pornô. Quero chegar a ser uma atriz”, completou a musa da última Copa do Mundo.

Na Argentina, a expectativa é que Larissa Riquelme estreia no programa “Bailando por um sonho” na próxima quarta-feira (25). Mas, enquanto não podemos ver a musa brilhar, separamos um álbum com fotos que já foram publicadas da paraguaia.

sábado, maio 14, 2011

Padres gays, orgias e filhos clandestinos são parte da rotina do Vaticano, descreve jornalista italiano em livro

Thiago Chaves-Scarelli
Do UOL Notícias
Em São Paulo


"Os dois acompanhantes lhe homenageiam, espremendo-o no meio, em um sanduíche. Envolvem-no em uma dança muito sensual. Esfregam-se, rodeiam, esmagam-se, abrem a sua camisa, o acariciam, tocam nele. Dirty dancing a três em uma variação homossexual. O grupo olha para eles de cima a baixo. Apreciam. Aplaudem. Incitam. Assobiam. Cutucam. O francês [no meio dos acompanhantes] é um padre. Poucos dias antes havia celebrado a missa da manhã na basílica de São Pedro. No Vaticano."

A cena é de uma festa em Roma, uma entre as muitas nas qual padres, bispos e cardeais exercem a sexualidade que as regras da sua própria Igreja Católica restringem e condenam, de acordo com a descrição feita pelo jornalista italiano Carmelo Abbate em seu novo livro, "Sex and the Vatican - viaggio segreto nel regno dei casti" (em tradução livre, "Sexo e o Vaticano - viagem secreta no reino dos castos").

O fenômeno da sexualidade na Igreja Católica, segundo o autor, é gigantesco e complexo. Fazem parte deste mundo os padres gays que optam por uma vida dupla; os sacerdotes que se relacionam com mulheres clandestinamente; e mesmo os filhos desses relacionamentos, que são abortados, escondidos ou privados de um pai pela vida inteira, para que se evite escândalos.

“Entre os sacerdotes que não respeitam a castidade, há muitos que têm uma verdadeira vida paralela, uma companhia fixa com a qual não apenas fazem sexo, mas com quem vivem uma vida escondida, como marido e mulher", afirmou Abbate, em uma entrevista exclusiva ao UOL Notícias.

O jornalista conta que a investigação, nascida de uma reportagem publicada na revista italiana "Panorama", terminou como um extenso mergulho nesse mundo, munido de uma câmera escondida para garantir "provas sobre aquilo que iria contar".

E apesar de ter seu foco em Roma, Abbate garante que o cenário que ele descreve não está restrito ao núcleo do Vaticano. "Da Alemanha à França, da Espanha à Irlanda, da Suíça à Áustria, da Polônia à África, da América Latina aos Estados Unidos e ao Canadá. Acontece a mesma coisa em toda parte do mundo", afirma.

Procurada pela reportagem, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disse que não tinha conhecimento do livro e por isso não poderia comentar os temas citados.

Acompanhe abaixo os principais trechos da entrevista.

* * *

UOL Notícias: Em seu livro, o senhor denuncia vários casos de padres que têm uma vida religiosa tradicional ao mesmo tempo em que também exercem sua sexualidade. Como o senhor fez a investigação para chegar a essas histórias? Qual era o seu objetivo em publicar o livro?

Carmelo Abbate: Realizei a reportagem com uma câmera escondida, isso com o objetivo de ter provas sobre aquilo que iria contar. O objetivo do meu trabalho é trazer à tona a vida escondida de grande parte do clero católico, como padres que têm uma vida sexual secreta, tanto homossexuais quanto heterossexuais. Há padres que têm uma companhia fixa e até mesmo filhos.

E me choca especialmente a atitude da alta hierarquia eclesiástica, o comportamento dos bispos, quando tomam conhecimento das relações secretas dos religiosos, as tentativas de convencer as mulheres a abortarem, dar o filho para adoção, os contratos que garantem o sustento e compram o silêncio das mães com relação à identidade dos pais destas crianças.

UOL Notícias: O senhor diz que o Vaticano conhece a questão dos padres gays e mesmo dos abortos. Quais são as verdadeiras dimensões do fenômeno?

Abbate: Coletar dados para dimensionar o fenômeno é uma tarefa difícil. Difícil porque, como é óbvio, não há estudos e tabelas oficiais, é preciso se contentar com estimativas parciais, que não têm a pretensão de trazer a verdade científica, mas que podem ajudar a entender quão grande é o terreno sobre o qual caminhamos.

As tentativas mais articuladas vêm dos Estados Unidos. Segundo vários estudos do psiquiatra Richard Sipe, ex-monge beneditino e ex-sacerdote, 25% dos padres americanos tiveram relações com mulheres depois da ordenação. Outros 20% estiveram envolvidos em relações homossexuais ou se identificam como homossexuais ou se sentiram em conflito com essa questão.

No Brasil, o Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris) realizou uma pesquisa anônima com 758 padres católicos: 41% admitiram ter tido relações sexuais. Metade se diz contrária ao celibato.

Vamos à Europa. Eugene Drewermann, escritor, crítico, teólogo e ex-padre, afirma que na Alemanha, em um total de 18 mil sacerdotes, pelo menos seis mil vivem com uma mulher.

O jornal “The Guardian” fala de milhares de casos de filhos de padres católicos no Reino Unido. Segundo Pat Buckley, bispo irlandês que fundou um grupo de apoio para amantes de padres, pelo menos 500 mulheres na Irlanda têm uma relação com um padre católico.

E na Itália? Nada de nada. Ninguém nunca tentou esboçar qualquer levantamento. E tente entrar em contato com os psiquiatras que acompanham os casos mais difíceis de padres envolvidos em affaires sexuais. Evitam você como se fosse a peste.

UOL Notícias: Então seria possível afirmar que este é um fenômeno presente no mundo inteiro?

Abbate: Da Alemanha à França, da Espanha à Irlanda, da Suíça à Áustria, da Polônia à África, da América Latina aos Estados Unidos e ao Canadá. Acontece a mesma coisa em toda parte do mundo, não só em Roma e nas vizinhanças do Vaticano.

UOL Notícias: O seu livro conta de padres que procuram espaços para expressar a sexualidade, seja em bares, seja na internet, com perfis secretos no Facebook nos quais assumem a homossexualidade, mas que ao mesmo tempo não desejam abandonar a vida religiosa. Depois de tudo que o senhor conheceu, como vê exigência do celibato?

Abbate: O celibato não funciona, é óbvio. Nunca funcionou. O sexo é onipresente. Estão envolvidos nesses casos não só padres, mas bispos e cardeais. A cultura do sigilo que permeia a Igreja existe há milênios, ditada pelos eclesiásticos. Os eclesiásticos são um círculo restrito que controla toda a igreja e detém todo o poder, e o poder exige um nível de sigilo. O resto do mundo que fique na ignorância.

UOL Notícias: O Vaticano nega os casos? Como reage a Igreja?

Abbate: Para o Vaticano, o centro do problema é o escândalo, não o pecado individual. Porque o escândalo vai além da questão individual e alcança a instituição, alimenta uma série de dúvidas fortes sobre quem é envolvido. O escândalo coloca o problema de uma Igreja que mantém a seu serviço aqueles que não cumprem com sua missão universal, aqueles que traem essa missão. Em resumo, o escândalo afugenta os fiéis da Igreja.

Durante o tempo em que estive envolvido com essa questão, entendi uma coisa: a Igreja não quer problemas. O respeito aos pobres fiéis ingênuos, salvo raríssimas exceções, é fator secundário. Muito diligente nas declarações de princípio, muito hipócrita nas questões práticas: esta é hierarquia vaticana. Esta é a Igreja de Roma. Seu primeiro mandamento é salvaguardar sua espécie, uma espécie a caminho da extinção.

sexta-feira, maio 13, 2011

Sete trens mitológicos e seus belos roteiros

Do luxo extremo às melhores aventuras sobre os trilhos em diversas partes do planeta

1. Expresso do Oriente, Paris-Istambul
Exemplo de luxo e história sobre trilhos

POR QUE IR? Em apenas uma única data do ano, dia 27 de agosto, bem-aventurados viajantes têm a oportunidade de percorrer aquela que é, provavelmente, a mais clássica e charmosa de todas as rotas férreas do mundo, a conexão entre duas grandiosas cidades e dois continentes. Ir de Paris a Istambul, a bordo do Venice-Simplon Orient Express, considerado por muitos como a suprema referência de luxo, elegância e sofisticação, é o perfeito exemplo de quando a viagem não é o destino final e sim o próprio percurso.

A partir da estação Gare de l'Est, em Paris, viaja-se seis dias e cinco noites pelos campos e montanhas do Leste Europeu, com direito a pernoite em luxuosos hotéis em Budapeste, na Hungria, e em Bucareste, na Romênia. O luxo, aliás, é tão importante nesta viagem quanto os trilhos. O trem recebe seus afortunados passageiros em vagões originais da década de 1920, que retratam todo o esplendor da art déco e dos áureos tempos das grandes epopéias sobre rodas.

PARA CHEGAR LÁ- Viajar no Venice-Simplon Orient Express vale US$ 9.190, em cabine dupla e tudo incluído (orient-express.com).- Para esta rota é difícil conseguir lugares. Mas o trem faz outras viagens com outros destinos durante o ano.

2. Transiberiano, Moscou-Pequim
O mítico caminho no interior da Ásia

POR QUE IR? Embarcar em Moscou e desembarcar em Pequim significa atravessar uma das linhas férreas mais lendárias do planeta. O famoso trajeto há décadas atrai viajantes curiosos em se deparar com a vastidão da Sibéria e as estepes da Mongólia, até chegar à milenar capital chinesa. São mais de 8 mil quilômetros (semelhante ao tamanho de toda a costa do Brasil) entre Moscou e Pequim, numa viagem que pode ser feita em seis dias, sem escala. No entanto, para viver com mais intensidade a experiência de viajar por terras tão longínquas, é recomendável fazer ao menos duas paradas, que podem ser em Irkutsk (próximo ao Lago Baikal), e em Ulaan Baatar, a capital da Mongólia. Pernoitando duas ou três noites em cada cidade, a aventura dura aproximadamente 12 dias.

PARA CHEGAR LÁ- É possível aventurar-se sem ajuda de agência de turismo, mas esteja preparado para testar seus conhecimentos em cirílico, pois pouca gente nas cidades e paradas do caminho fala inglês.- Há uma agência inglesa que vende diversos pacotes no Transiberiano, variando o número de dias, paradas e opcionais. A viagem de 15 dias custa entre R$ 4 mil e R$ 6 mil (trans-siberian.co.uk).

3. Rovos Rail, Cidade do Cabo-Dar Es Salaam
Elegância no coração da África

POR QUE IR? Uma viagem épica, cercada de luxo e glamour é o que espera os 72 privilegiados passageiros que se dispõem a cruzar em 14 dias a África, da Cidade do Cabo, na África do Sul, a Dar Es Salaam, na Tanzânia, passando antes por Botsuana, Zimbábue e Zâmbia. Desde seu lançamento, em 1989, o Rovos Rail tem se posicionado como um dos trens mais luxuosos do mundo, combinando a aventura de percorrer sobre trilhos as majestosas paisagens da África com a atmosfera romântica da era das grandes viagens de trem. Fazer parte desse clima todo tem um preço e não é baixo, pois o requinte e a sofisticação são a marca dos trens Rovos. Portanto, prepare-se para ver a África com muito estilo e pagar bem por isso.

CHEGAR LÁ- A viagem custa entre US$ 8.900 e US$ 15.950, variando conforme a cabine (rovos.co.za).- A South African Airways voa semanalmente de São Paulo para a Cidade do Cabo, com escala em Joannesburgo. O preço da passagem custa em torno de mil dólares, por vezes até menos.

4. Tren a las Nubes, Salta-La Polvorilla
Nas alturas dos Andes argentinos

POR QUE IR? Depois de ficar suspenso por três anos, o Tren a las Nubes foi reativado em agosto de 2008, e voltou a ser um dos trens em atividade mais altos do mundo. Os vagões partem da cidade argentina de Salta, a 1.187 metros de altitude, com destino ao viaduto La Polvorilla, a 4.200 metros, ponto máximo da viagem. O viaduto é uma obra de 224 metros de comprimento por 64 de altura, onde, após uma breve pausa para apreciar a paisagem, o trem inicia o retorno a Salta, chegando por volta da meia-noite. No trajeto de 434 quilômetros (ida e volta), a composição sobe a Cordilheira dos Andes pela região noroeste da Argentina, cruzando pontes, viadutos e túneis, em meio a um cenário árido e de montanhas multicoloridas.

PARA CHEGAR LÁ- O trem parte da ferroviária de Salta às quartas, sextas e domingos, às 7h.- Há médicos a bordo, caso alguém sinta-se mal devido a elevada altitude, inclusive com garrafas de oxigênio.- A passagem custa US$ 120 na temporada baixa e US$ 140 na alta, incluindo café da manhã e almoço (trenalasnubes.com.ar).

quinta-feira, maio 12, 2011

Maior feira de arte do Brasil busca ampliar público com obras mais baratas

MARIO GIOIA
Colaboração para o UOL


Fotografias de série recente da sérvia Marina Abramovic, uma das principais artistas contemporâneas, em duas galerias diferentes -- a paulistana Luciana Brito e a prestigiada espanhola La Fabrica --, indicam que a 7ª edição da feira SP Arte, que é aberta nesta quinta-feira (12) para o público no Pavilhão da Bienal, está com um tom mais internacional.

“Hoje são 14 [galerias] do exterior, só três a mais que no ano passado, mas que atestam o interesse sobre a arte brasileira”, afirma Fernanda Feitosa, a diretora do evento, que se espalha por 13 mil m² do edifício projetado por Oscar Niemeyer no parque Ibirapuera. “Vejo de duas formas essa presença estrangeira. Uma é exibir para o público brasileiro trabalhos de artistas que não são vistos facilmente aqui no país. A outra diz respeito ao crescente prestígio da feira paulistana.”

Além da La Fabrica, que conta com Abramovic, podem ser destacadas a britânica Stephen Friedman e as norte-americanas Hasted Kraeutler e Leon Tovar. No total, são 89 galerias. O público do ano passado foi de 16 mil visitantes nos quatro dias de feira.

Nesta edição, a feira tem também obras mais baratas e pode ser um bom lugar para a compra de trabalhos de qualidade e de relativo preço baixo -- ao menos nas cifras desse mercado -- e obras que podem ser parceladas, dependendo da galeria. Espaços como o da Motor e da dConcept abrigam uma variedade de peças interessantes para colecionadores em começo de aquisições ou para quem procura boas ofertas. Na Motor, objetos de Bruno Mendonça custam R$ 700 e produções fotográficas apuradas de artistas já em circulação no mercado, como Mariana Tassinari podem ser adquiridas por uma faixa de R$ 2 mil a R$ 4 mil. Já na dConcept, um livro de artista de Ana Paula Lobo custa R$ 800; um desenho de Daniela Liu Herzog, R$ 1.200.

Peças com valor abaixo de R$ 1 mil não são tão fáceis de encontrar, mas o conjunto de estandes que inclui a Motor, a dConcept, a Amarelonegro, a Mezanino e a Emma Thomas, entre outras galerias, possuem oferta de obras em conta. O mais comum é serem ofertadas peças por menos de R$ 10 mil.

Galerias mais consolidadas no circuito, como a Zipper e a Eduardo Fernandes, oferecem também trabalhos com preços mais baixos. Na Eduardo Fernandes, fotografias de Ana Amélia Genioli e Rafael Adorján podem ser compradas por R$ 2.800. Um trabalho que utiliza vídeo de Fernando Velázquez, um dos principais nomes da arte e tecnologia no Brasil, é ofertado por R$ 8 mil.

terça-feira, maio 10, 2011

O OUTRO LADO DA MOEDA

Corro deliberadamente o risco de “chover no molhado” ao afirmar que, se há um assunto muito bacana para um cronista explorar, este sempre vai ser a cultura.
Para o “Novo Dicionário Aurélio”, cultura é “o conjunto complexo dos códigos e padrões que regulam a ação humana individual e coletiva, tal como se desenvolvem em uma sociedade ou grupo específico, e que se manifestam em praticamente todos os aspectos da vida: modos de sobrevivência, normas de comportamento, crenças, instituições, valores espirituais, criações materiais, etc.”.
“Normas de comportamento” é bem a expressão que desejamos abordar. Como se sabe, a relação entre indivíduos em uma sociedade vai do céu ao inferno em questão de pouquíssimo tempo. Lembro agora de uma situação ocorrida dentro de um ônibus da linha Operária/São Francisco. Após conversarem de maneira bastante exaltada durante a viagem, duas mulheres prepararam-se para descer na Cohab. O que aconteceu: uma delas puxou o cordão da cigarra no momento em que o carro havia saído da parada em que elas queriam ficar. Crentes de que o motorista iria abrir as portas para a dupla, moçoilas continuaram a bater-papo. Quando viram que o ônibus continuava em movimento, estouraram: xingaram o condutor com um repertório capaz de causar inveja ao marinheiro mais tarimbado e, uma por vez, dedicaram-se a quase arrancar o cordão.
Nos últimos dias, essas normas foram devidamente analisadas por este vosso escriba em situações superficialmente díspares, no entanto semelhantes do ponto de vista moral e cívico.
O noticiário televisivo informou a quem pudesse se interessar pelo desvio de recursos da merenda escolar que fez dezenas de crianças encherem a barriga com um sem-número absurdo das piores porcarias. Um dia depois, ficamos sabendo que, na Assembléia Legislativa do Pará, pessoas humildes eram involuntariamente usadas por meia dúzia de três ou quatro vagabundos em um esquema de corrupção que possibilitava o pagamento de salários de até R$ 10 mil a funcionários fantasmas.
Apesar das provas irrefutáveis que comprovam ambos os crimes e da identificação nominal dos principais líderes desses esquemas absolutamente covardes, nenhum dos chefes assumiu a autoria. Despejaram notas na imprensa afirmando que nada tinham a ver com tamanhas fraudes.
Agora, aqui exponho o outro lado dessa moeda. Lá no Japão, cidadãos indignados compareceram a uma audiência pública na qual foram “enquadrados” os donos da usina nuclear afetada pelo tsunami. De acordo com as acusações, não foram dadas à população moradora do entorno da usina as garantias de que elas seriam devidamente assistidas pelos executivos da usina. Estes ouviram as reprimendas sem proferir uma palavra sequer. Afinal, tinham toda a culpa no cartório e todas as evidências mostravam que eles haviam falhado em cumprir com tudo aquilo que haviam assegurado às pessoas que juraram proteger.
Permaneceram em silêncio por pouco mais de meia hora. Em seguida, envergonhados, curvaram-se, com os rostos quase tocando o chão – em um pedido de desculpas também feito sem a necessidade de palavras.
Nos tempos dos samurais, a fim de restaurarem a própria honra, esses homens teriam facilmente cometido seppuku. Aqui no Brasil, pelo jeito, falta a alguns homens públicos a honradez necessária para reconhecer seus deslizes.

Morre o dançarino de funk Lacraia

Da Redação

Morreu na manhã desta terça-feira (10) Marco Aurélio Silva da Rocha, 33 anos, mais conhecido como Lacraia, que fazia dupla com o MC Serginho.

Ele estava internado há algumas semanas no Hospital Universitário Gofreé, na Tijuca, Rio de Janeiro, se tratando de uma doença crônica.

A morte foi confirmada pelo hospital.

Amigo do dançarino, David Brazil comentou a morte em seu Twitter: "Ô meu pai celestial, acabei de receber uma noticia tão triste, a animadíssima LACRAIA faleceu hoje às 5 da manha. QUE DEUS A TENHA!".

O promoter afirmou que chegou a visitá-lo na sexta-feira (6), e que hoje pela manhã sua irmã ligou dando a notícia.

Lacraia ficou famosa com o hit "Vai, Lacraia!", da música "Eguinha Pocotó". Ela faria 34 anos no dia 19 deste mês.

Repercussão

No Twitter, o nome de Lacraia já aparece no ranking dos Trending Topics, como um dos assuntos mais comentados do momento.

Ainda na rede de microblogs, Solange Gomes e Thalita Lippi lamentaram a morte de Lacraia. "Que notícia triste, meu Deus! A Lacraia era só alegria", disse Solange.

Já Thalita desabafou: "Dei boas risadas com a Lacraia! Que ela descanse em paz!".

segunda-feira, maio 09, 2011

Musa de Big Brother argentino diz ter inspirado gol de Messi

Se em campo o argentino Lionel Messi segue liderando o Barcelona nas vitórias, o desempenho fora de campo também tem agradado, pelo menos é o que revela a modelo colombiana Andrea Rincón, que ficou famosa em seu país pela participação no Big Brother local e por ter posado nua para a revista Playboy.

Andrea Rincón conta que seu encontro com Messi foi antes do amistoso entre Argentina e Espanha, disputado no país sul-americano em setembro do ano passado com vitória argentina por 4 a 1. A modelo elogiou o desempenho do argentino e insinuou que sua estatura engana.

“Ele me disse que eu trazia sorte, me chamou antes da partida e depois fez um gol”, contou a modelo, que teve seu namoro encerrado de forma violenta devido às mensagens enviadas por Messi.

“Messi continuou me mandando mensagens, até que meu namorado descobriu, brigamos muito forte e terminou com ele me quebrando um dedo pelos golpes que deu”, completou durante o programa de TV Este es el Show.

Foto: Reprodução/Revista Hombre

sábado, maio 07, 2011

"Quem quer ser artista está ferrado", diz Martinho da Vila

MARCELO BORTOLOTI
DO RIO

Em seu novo disco, não por acaso com título de "Lambendo a Cria", o músico Martinho da Vila, 73, contou com a participação de cinco dos seus oito filhos.

A prole é motivo de orgulho para o sambista, pai de Mart'nália e da pianista Maíra Freitas. Nesta entrevista, ele fala da sua influência na opção dos filhos pela carreira musical, da importância da sorte e das dificuldades para alcançar o sucesso.

Folha - Qual sua participação para que seus filhos escolhessem esta carreira?
Martinho da Vila - Sempre falei que eles não deveriam trabalhar no meio, mas, ao mesmo tempo, desde cedo eu os coloquei para estudar música. Eu sou músico de percussão, não de harmonia, e queria vê-los tocando bem um vilão, um piano ou um sopro.

Todos têm talento?
Acho que todos eles são bem músicos mesmo, mas nem todos brilharam ainda. Meu filho Tunico, por exemplo, já poderia ser uma estrela. Ele canta bem, compõe direitinho, tem uma boa presença de palco, é um percussionista de primeira, mas não deslanchou. Já a Mart'nália aconteceu, ela é uma estrela mesmo.

O que a diferencia?
Eu sempre notei que ela queria. Ela gostava mais da coisa. Desde cedo quis estudar piano, depois passou para o violão, gostava de dançar. Quando eles começaram a fazer vocal comigo, ela sempre se destacava muito. Então, eu dei força para gravar um disco, depois patrocinei um outro, e ela foi.

Sua outra filha, Maíra Freitas, foi uma surpresa?
Ela abraçou o piano, e isso surpreendeu. Piano é barra pesada, tem que estudar muito. Eu incentivei para que ela continuasse estudando até se tornar uma pianista de verdade. Hoje, ela é concertista de música clássica.

E tem talento, não?
Ela tem talento pra caramba. Mas eu conheço tanta gente que tem talento e não tem sorte...
Por isso, eu acho que o cara que pensa mesmo em ser artista está ferrado, porque pouca gente consegue fazer sucesso.
E são pouquíssimos os que conseguem fazer uma carreira por muito tempo. Igual a mim, é raríssimo.

quinta-feira, maio 05, 2011

Playboy divulga capa de maio com a ex-BBB Jaqueline

05/05/2011 12h00 • Debora Luvizotto

A revista Playboy divulgou a capa da edição de maio com a ex-BBB Jaqueline, nesta quinta-feira (05). A publicação havia feito uma brincadeira com os internautas, nesta quarta-feira (04), divulgando a imagem da capa em partes, mas hoje mostrou Jaque por inteira.

Nesta semana, Maria, a vencedora do BBB 11, também assinou com a Playboy, mas a revista ainda não divulgou o mês em que será capa. É aguardar para ver...

quarta-feira, maio 04, 2011

Anderson faz dois, Manchester massacra Schalke e confirma revanche ante o Barça

Do UOL Esporte
Em São Paulo


Dois anos após perder para o Barcelona, em Roma, o Manchester United reencontrará o time catalão na decisão da Liga dos Campeões. E Anderson teve participação direta na classificação inglesa. Com dois gols do brasileiro e poupando alguns titulares, a equipe de Alex Ferguson aplicou 4 a 1 no Schalke 04, no Old Trafford. No primeiro jogo, já havia vencido por 2 a 0, em Gelsenkirchen.

A ‘revanche’ vislumbrada pelo Manchester United está agendada para o dia 28 de maio, no estádio de Wembley. Aliás, Pep Guardiola, técnico do Barcelona, esteve presente no estádio Old Trafford para ver seu adversário na final do torneio continental.

Até lá, porém, as atenções do time inglês estão voltadas para a reta final da Premier League. O técnico Alex Ferguson mostrou que sua cabeça já está ‘decisão’ do próximo final de semana, diante do segundo colocado Chelsea, uma vez que a diferença do líder Manchester para o elenco londrino é de apenas três pontos.

Além disso, a vantagem obtida no primeiro jogo semifinal da Liga dos Campeões possibilitou poupar alguns titulares, como Evra, Giggs, Hernández, Vidic e Fletcher, que começaram no banco de reservas. Mas essas ausências não foram sentidas.

terça-feira, maio 03, 2011

O PEQUENO POETA

Neste ano de Nosso Senhor de 2011, um “simples fazedor de versos” decidiu aposentar-se de sua lavoura.
Muito já se escreveu e outras tantas linhas ainda serão escritas a respeito da vida e da arte de José Francisco das Chagas. E todas celebrarão o mestre de “Os canhões do silêncio” como o maior e o melhor de todos os poetas maranhenses. É óbvio que poderia fazer parte do panteão dos grandes bardos nacionais – onde se encontram Drummond, Vinícius, Jobim, Cecília, João Cabral. Mas a poesia deste nosso Maranhão velho de guerra, como a sua música e o seu futebol, não nasceu para ultrapassar o Estreito dos Mosquitos.
É óbvio que José Chagas tem seus motivos para deixar ao Deus-dará uma viúva de poeta vivo – que é como a partir de agora todos observaremos a poesia destas terras timbiras. Mas acredito que ele tenha se precipitado, nessa decisão. Afinal, como se sabe, Upaon-Açu (São Luís presente) comemorará no dia 8 de setembro de 2012 quatro centúrias. Quatrocentos anos nos quais sua população diuturnamente ouvia à noite tambores do Congo, gemendo e cantando dores e saudades, a evocar martírios, lágrimas, açoites, que floriram claros sóis da liberdade.
Pois esta cidade, às vésperas de ser conhecida como uma castigada quatrocentona, merece dos nossos homens de letras um tratamento poético ou ficcional à altura de tão importante acontecimento. Por essa razão, imagino que José Chagas poderia “parir sem ser mãe” (de acordo com a frase absolutamente perfeita de José Eugênio Soares a respeito da arte da escrita) uma outra obra monumental, feita das mesmas preciosidades verbais ou mais valiosa ainda que “Os canhões...”. É claro que tantos dos nossos menestréis deverão fazer o mesmo. Espera-se muito nesse sentido de Nauro Machado, de algo tão belo quanto a “Litania da velha”, de uma vertente carregada pelos ecos da sensibilidade de Dagmar Desterro.
Fernando Braga, este grande filósofo contemporâneo, me diz, por intermédio de seu excelente ensaio a respeito de “O cirurgião de Lázaro”, de Nauro, que a “poesia como expressão verbal glorifica-se por sua extensão a explorar alogicamente os símbolos e signos representativos da linguagem humana, utilizada em fins estéticos, a procurar amparo e densidade, harmonia e sutileza em suas diversas peculiaridades conotativas, a distanciarem-se quando possível, e a cada vez mais, da elocução comum”.
Jean Cocteau, por sua vez, afirma que “a poesia é uma religião sem esperança”.
Chagas pode lhe fornecer, seguramente, algumas definições próprias a respeito do fazer poético. Logo ele, que um dia afirmou que jamais conseguiu determinar de onde é que lhe saía a vontade de versejar, quando não existia, entre seus familiares, nem em seu ambiente paraibano, quem se interessasse pelas “coisas da literatura”.
Seja como for, se a decisão do poeta se mantiver – e na verdade ele não tem por que recuar, uma vez fincada essa resolução em bases sólidas -, São Luís sentirá falta dos versos de quem mais a enalteceu, em seus quase 400 anos. E, para encerrar estas considerações a respeito de versos e perdas, fiquemos com um depoimento do mais maranhense dos bardos que nasceram em solo paraibano:
“Pessoalmente posso afirmar que valeu a pena. Para mim mesmo vale, porque, bem ou mal, pude exprimir o que eu sinto, com o instrumento que me foi dado. Nunca me preocupei, no caso, com lucro material nem em assumir essa ou aquela posição. Sempre achei que o pior não é a gente não ganhar nada com a poesia. O mais grave é a poesia não ganhar nada com a gente. Esse é que é o verdadeiro drama do pequeno poeta”.